( Título roubado ao Baptista-Bastos ) Quando eu morrer, quantas pessoas assistirão ao meu funeral? Dez ou quinze, a família e os amigos ou uma pequena multidão carpideira? - Ainda não conheci ninguém que intimamente não fizesse este auto-julgamento pré-morte. - Talvez seja de alguma estranheza, relacionar-me com pessoas assaz mórbidas e egocêntricas para pensarem nisto, ou quiçá seja eu que projecto estas ideias e depois digo que foram outras pessoas que as comentaram. Quantas pessoas me amaram, e quantas dirão que fui boa pessoa? Quantas me elogiarão o trabalho e quais serão aquelas que inevitavelmente irão dizer, em sussurros, que: " ele nada fez para conseguir aquilo que queria. Quedou-se e esperou as oportunidades. Não sabia que as oportunidades nunca nos batem à porta? Era uma morte anunciada. " Não, não sabia. É que bater em portas, lembra-me os Natais da minha infância e não posso deixar de me emocionar apenas. O meu pai costumava fazer-se passar pelo pa...