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A mostrar mensagens de janeiro 28, 2018

Ver prémios como Unicórnios

Rais' partam os prémios literários que só contemplam ou autores (de editoras que possuem os recursos para lhes enviarem os exemplares requeridos) e que publicaram no ano anterior ou jovens, crianças até, em alguns casos, pululantes ranhosos cheios de acne e arrogância sem fim, impregnados de uma qualquer bravata literária, que continuo sem entender, de quererem ser escritores pela mera noção de que os escritores são especiais. É aquele ensejo grotesco e ilusório de se verem publicados, seja como for ou por quem for. (já me deixei desse pesadelo)  Resta uma panóplia de 'licitações' inglórias, tiros no escuro em clara evidência, a concursos viciados de inúmeras autarquias. Mandam-se uns 'mails' com o manuscrito anexo e esfrega-se a pata do coelho, ou lambe-se o trevo, aguardando alguma sorte vinda do espaço dos deuses decisores. - Que grande enxovalho! Na verdade, o 'autor' gasta o seu parco dinheiro a imprimir três ou cinco exemplares do seu manuscrito

# Hachetague # Matem-me agora, antes de voltar a escrever seja o que for.

Uma zona de conforto é um lugar maravilhoso, mas nada jamais cresce aí. Mesmo assim, não é fácil abandonar tal recanto para se entrar em um mundo selvagem, povoado de opressores em cada canto. É necessário uma certa efervescência de vontade, levantar os pés do chão, e antes de passarmos as nuvens, deixarmos os sonhos para trás, restabelecermos relações com a realidade e encararmos tudo com a mais profunda calma, como se fizéssemos um pacto de silêncio com a auto-determinação. Se eu fosse um lugar seria assim, ou um lugar como acreditei que um lugar assim deveria de ser, teria sido deslumbrante e triste como uma faca a cortar livros de areia, e, em grande parte, ao acomodar-me nesse conforto ilusório, em efeito retalhando possibilidades ou trafulhices sentimentais por anos a fio de truques e tiques escritos sem grande impacto, fui-o, mesmo que só eu acreditasse que estaria confortável e foi por isso que falhei tão alto. Sempre me maravilhou a literatura do realismo mágico, aliás,

Fetiches?

As Crónicas do Senhor Barbosa VIII

- Depois me dirás se mais alguém te lavou assim os pés. - Ela arregalava o branco dos olhos, como quando se duvida de tudo por regra, ou se questionam os prodígios entre a sua raridade regular. - Poderás dizer-me que não, mas, acredito que nem os pés do próprio Cristo alguma vez terão sido assim lavados com tanta abnegação e amor. - Purgou o Senhor Barbosa, inteiro pela boca. - Sem asas ou vôos imaginários de fénix destruída, - disse-lhe mais - só amor puro e luminoso, pois que esta extensão das minhas mãos, líquidas em teus pés, é quase um uivo terrível de alguma outra desgraça iminente. Pode ser. Será? Ou isso, ou é a perfeição incansável. A mulher recuperou os sentidos num abrir e fechar de palavras estranhas. Limpou-se com uma toalha pequena e voltou ao telefone. Agora oiçam a mulher falar sobre um pequeno romance que nem lhe passaria pela cabeça existir até ter colocado os pés naquela bacia: - Desculpas-me? Foi isto. Apenas alguns segundos antes do final, para impor algu