Ensinaste-me a viver, Nesse teu modo de ser, e tantas vezes me perdi, em tuas ruas de solidão, tantas, tantas que nem ouvi, o bater do coração. Sou filho nato desta beleza, de vento, canção e mar, onde esvoaça a gaivota, e grassa o viço do pinheiral. Onde também, e com certeza, castiga o vento a levantar no som certo da mesma nota, que nunca nos deixa igual. E de longe desenha o rio, seu caminho até ao sal. Da ladeira do Mosteiro, desce a saudade com brio, Remetida ao laranjal, que enamora o seu esteiro. Desta gente enviada, Às sete partidas do mundo. faz a sorte lembrar, terra calma e incontida onde nasceram poetas, boas naves de madeira, e uma alma amargurada. Ponto de azul tão fecundo, és toda mãe a amar, lembras sempre na partida, nunca esqueces na chegada, és memória por inteira. Quem dera a mim trazer-te ao peito, num relicário de espuma, guardar-te minha para sempre, E nunca, nunc...