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Mensagens

A mostrar mensagens de julho 10, 2011

A lista de espera da Paula

Foi com imenso prazer que vim a descobrir o meu singelo livrinho na lista de espera de leitura da Paula, a simpática gestora do blog viajar pela leitura , e saltei de imediato à oportunidade de lhe pedir essa mesma fotografia para vos mostrar aqui. Afinal, não é todos os dias que vemos o nosso "filho" em tão boas companhias. Obrigado Paula por cuidares tão bem dele. Um abraço.

esta Terra, este Mar

Ensinaste-me a viver, Nesse teu modo de ser, e tantas vezes me perdi, em tuas ruas de solidão, tantas, tantas que nem ouvi, o bater do coração. Sou filho nato desta beleza, de vento, canção e mar, onde esvoaça a gaivota, e grassa o viço do pinheiral. Onde também, e com certeza, castiga o vento a levantar no som certo da mesma nota, que nunca nos deixa igual. E de longe desenha o rio, seu caminho até ao sal. Da ladeira do Mosteiro, desce a saudade com brio, Remetida ao laranjal, que enamora o seu esteiro. Desta gente enviada, Às sete partidas do mundo. faz a sorte lembrar, terra calma e incontida onde nasceram poetas, boas naves de madeira, e uma alma amargurada. Ponto de azul tão fecundo, és toda mãe a amar, lembras sempre na partida, nunca esqueces na chegada, és memória por inteira. Quem dera a mim trazer-te ao peito, num relicário de espuma, guardar-te minha para sempre, E nunca, nunc

Os Verões de Azurara.

Quando era novo parecia que o Verão fugia lá para fora, para trás da paisagem. Era todo um jogo que não precisava de rapidez. O vento sim, era igual, rápido, imediato e cheio de certezas, persistindo como ainda hoje o faz, vinha do frio norte, e ainda vem. Essa verdade é única e constante, e ainda me transporta para o passado sem querer, tudo o resto já se alterou, foi-se no fino levantar da areia, até à distância profunda do mar. A praia de Azurara era o nosso cabo do mundo. Alegoricamente, o nosso paraíso ideal. Porque os grandes paraísos vivem dentro de nós.  Tranquilos, mas sem perdermos um instante, aí rumávamos todos os dias. Os melhores amigos de sempre, antes da vida nos meter a todos por caminhos tão distintos. Convêm explicar que, apesar de amante incondicional de Vila do Conde, sou da outra banda do rio, nasci e cresci durante os meus melhores anos, no lado esquerdo do Ave, onde as bruxas faziam filhos tontos e os dias passavam devagar. Por essa razão, as minh

O dia em que o Outono ficou quieto.

O dia em que o Outono ficou quieto. Perdi-te lá ao longe no revolteio das folhas, ali sentada no banco de jardim, inquieta pelo chicote do vento, parecias mais fúria que mulher. Procurei-te mais tarde, na certeza de ter perdido uma parte de mim, quando de novo o manto castanho te cobriu, e o vento te levou da minúcia do meu ver. Louco, louco..   avancei temeroso, na esperança que o Outono ficasse quieto, e me mostrasse o sorriso que quis ter. Louco, louco..   senti a raiva do vento nervoso, e um fio solto do teu cabelo senti, enredando-me na saudade que vivi. Louco, louco.. Como se fosse eu este vento, levantado de um chão que ruiu, e te enterrou num manto espesso de nervuras, louco, como se um gesto sem intento, fosse mais que uma vida inteira. Quem dera esquecer eu estas agruras, e cair quieto como no dia em que te vi. Quem dera não mais ser louco desta maneira, E me esquecer para sempre que te esqueci. Casimiro Tei