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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro 6, 2022

A Quebra dura do Vaso

  (...) Agora, mais pujante e amanhecido novamente, abro-me para ti, flor húmida que és, suave cálice de prazer elegante, em busca de um Sol errante. De um nosso jorro de luz ardente. E, neste calor, podendo, seremos todo e só um imenso rio abundante. (...) in: "O Dia em que o Outono ficou Quieto" 2014

Pensar sem sair do sítio.

  "Há pessoas adoráveis e há pessoas detestáveis. E depois há aquela indiferença... " Diz o Edmundo De Amicis em: "Coração - Dos Apeninos aos Andes" Ponho-me a pensar nisto todos os dias, como se fosse um mantra que me conduz ou reduz os dias da vida. Já nem sei. A busca do que somos deveria passar pelas pessoas que nos compõem. Na grande maioria de nós, só passa mesmo cá por dentro, onde os vazios insistem em não se deixar preencher. E depois, há aquela indiferença que só nos atrapalha a descoberta. A viagem que conta, tem de estar lá fora, estou certo disso, mas só penso, só penso...e não vou a lado nenhum.

Dia sim, dia não uma beleza antiga

  Ann-Margret

O Cisma do Meio-Século

  Todos os aniversários não são iguais. Quer dizer, todos os anos se tingem com um aniversário, é inevitável, mas nunca são da mesma cor interior. Este meu último, que foi ontem, pareceu-me mais escuro que o costume. Eu sei porquê. Não venho aqui aviltar ingenuidades. Foi-o pelas razões do costume: a minha aversão às pessoas em geral, às convenções sociais em particular, ao trato comum de entrega que traz retorno, a essas 'caixinhas' que todos trazem dependuradas na humanidade e que acabam pontilhadas nestes justos momentos. Falta-me a vontade de me imiscuir com o resto das pessoas que me compôem. Família, amigos, quase-amigos, relacionamentos, conhecidos...todo um rol de gente que me povoa a vida-carne, que, para mim, nunca chega a ser a vida-alma. É um defeito! Afastar-me, salva-me a posição inerente àquilo que de mais humano pode ter um humano, entregar-se sem barreiras ou rodeios. Sem restrições. Mais uma vez; como não me afundo na inércia de ser ingénuo ou hipócrita. Ou hi

As Crónicas do senhor Barbosa XIX

Aconteceu. Depois da família se evadir da junção. Depois de atravessar o suão daquele introspecto deserto que só põe o corpo rarefeito. A cabeça insuspeita. Após o pequeno apocalipse que só desune, reergueu-se e pôs-se tão hirto quanto poderia para foder o mundo inteiro face à doença que o come sem descanso. E, o que devora o Senhor Barbosa, afinal? - Quiçá importe esmiuçar todos estes devaneios que vos andaram a gozar dezoito vezes antes, mais aqueles que envolveram a Patusca singularmente. - Há que entender este homem, penso eu. Esta história real. Especialmente no seu cerne, realmente no seu interesse. Quem é este Senhor Barbosa que faz hoje cinquenta anos e não consegue ser homem suficiente para se dizer adulto? Que criatura emerge deste corpo, e, fazendo-o, que pessoa se torna afinal? Dado que este Senhor Barbosa andou capítulos e capítulos a morrer interiormente, sem morrer de facto. Quase parece possível haver gente no mundo que se desinteressa por quase tudo e por fim, pot fim