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A mostrar mensagens de setembro 16, 2018

Kafka à Beira-Mar

O Público de Turbante

Como haveremos de ser felizes entre uma tranquilidade que nunca nos parece normal? - Sentimos uma espécie de inquietação alienante, de pressentimento permanente, de suspeita sobre a realidade material do que nos vai acontecendo e desagradando. E nunca dormimos em sossego e não deixamos jamais a jornada do negrume. O silêncio é a nossa única arma. Não vale a pena a revolta armada, o grito público. Não existimos. Reclinámo-nos na cama e somos prisioneiros das nossas frustrações. Deitámo-nos e só caímos, só nos afundámos mais. Pedimos em voz clara, muito natural, que nos sejam atendidos os pedidos mais desafogados de todos. Um enxovalzinho estendido em nossos braços que entregamos constantemente. Rejeitado, rejeitado, para sempre recusado não obstante o potencial (aparente) interesse. E temos dias de procrastinação absoluta por medo de sermos inconvenientes e outros maiores, longuíssimos, onde as lágrimas nos sulcam os rostos que são tão humanos como os de qualquer um. Temos até

Poema 15

(...) Tardámos sempre em frente das palavras como um muro de rosas afiadas crescendo diante da nossa janela. E os olhos já nem se sentassem ali aguardando os anjos do futuro navegando à deriva por este presente baço, um espelho antigo, de cabeceira que nunca nos devolverá exactos, ou melhores do que fomos quando reunimos a nossa poesia toda em um beijo único. (...)