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Mensagens

A mostrar mensagens de abril 24, 2016

Crime e Castigo para um Crica Qualquer

- Transcrito a partir de texto recebido por e-mail - " A condenação ficcional de Humberto Crica vale como expiação simbólica da "culpa humana" pelo desperdício do tempo de vida e a consequente apatia moderna que nos destrói lentamente. Ele (o Humberto) não pode ser deste tempo veloz de agora, mas, na verdade, muitos de nós também não o queremos ser. A sua perplexidade face ao mundo "real" onde se enquadra, tão genuína quanto desastrosa, ilumina a enorme distância que medeia entre a responsabilidade individual de se insurgir contra si mesmo, e a culpa colectiva, de lhe assistirmos à morte anunciada. A sua inércia, de algum modo ilumina-nos para não lhe repetirmos os erros. É o grande valor deste livro, mais até que o chavão do flagelo do Cancro. Entre o significado prático e instrumental da sua vida desperdiçada, a condenação natural da justiça e os tortuosos meandros da consciência, do amor, e da subjetividade. Humberto redime-nos a todos. É esta red

Dia sim, dia não, uma beleza antiga.

Barbara Stanwick

RESERVADO AO VENENO

Hoje é um dia reservado ao veneno  e às pequenas coisas teias de aranha filigranas de cólera restos de pulmão onde corre o marfim é um dia perfeitamente para cães alguém deu à manivela para nascer o sol circular o mau hálito esta cinza nos olhos alguém que não percebia nada de comércio lançou no mercado esta ferrugem hoje não é a mesma coisa que um búzio para ouvir o coração não é um dia no seu eixo não é para pessoas é um dia ao nível do verniz e dos punhais e esta noite uma cratera para boémios não é uma pátria não é esta noite que é uma pátria é um dia a mais ou a menos na alma como chumbo derretido na garganta um peixo nos ouvidos uma zona de lava hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo com sirenes ao crepúsculo a trezentos anos do amor a trezentos anos da morte a outro dia como este do asfalto e do sangue hoje não é um dia para fazer a barba não é um dia para homens não é um dia para palavras  António José Forte