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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro 7, 2018

As Crónicas do Senhor Barbosa X

Depois de morrer é tudo igual ou um mistério ou uma grande falsidade. Na verdade, pouco se sabe sobre o depois, ou se este aconteceu de facto. Falou-se em muito sangue e numa banheira impossível de se limpar em modos. Todavia, como sempre fazem, as pessoas deitam bufas ao desbarato e quase nada acrescentam de verdade ao que já sabem. A grande tristeza aqui, é que não veio uma alma sequer verificar os factos, fossem estes comprováveis ou não. Muitos casos grotescos desta natureza desumana têm vindo a lume ultimamente. As pessoas andam transtornadas e sucumbem mais à raiva do que era costume. Explodem, explodem..as pessoas saturadas perderam por fim a paciência. O caso mais imperioso que me recorda é o deste exacto indivíduo que só sabia ser gente ao longe e em segredo.  Disseram-no morto.  Mas é tudo falso. Queriam-no assim, porque incomodava muito. Não preenchia as caixinhas, nunca alinhava, e a proximidade das pessoas constrangia-o por demais. Não abria a porta, não atendia o t

Onde houver um blog...

Sou um tipo efémero e mediocremente satisfeito com a insignificância, supostamente moderna, dos dias que ainda vivo. Sou-o porque todo o gosto antigo vai-me sendo apagado pelo mobiliário e fachadas das construções imparáveis do agora. Vá, não penseis mal de mim por mais isto. Não exerço qualquer movimento de superstição, não sou nenhum markl , perdão, marco da contra-cultura. Só escrevo umas merdas em um blog. Esta forma de vida, deve de ser várias vezes menos interessante do que qualquer outra, ou assim apontam as mais loucas estatísticas. Ter um blog ainda, e querer alimentá-lo regularmente com novos conteúdos, textos e matérias interessantes, cativantes, fotos, vídeos, pensamentos originais que surpreendam os leitores e os façam voltar, e quiçá, talvez seguir, é, certamente, um acto de grande coragem em finais de 2018. Porra! Atribuo-me esta medalha. Que se lixe. Se mais não for, este pensamento peregrino faz-me acreditar que ainda vale a pena. É assim que, da minha janela,

Aves do Paraíso

(...) Mais de cem aves do paraíso voaram mesmo agora do céu dos teus olhos.  Nada de especial,  não precisas de te alarmar. A lareira  ainda  crepita por igual círculos de música fria libertada. ........................................ Apeteceu-me só uma pausa para contar estes sonhos de pelúcia.  Que o meu paraíso, sozinho não poderá jamais voar  sem haver presentes olhos assim, como os teus. ......................................... No decurso da noite, o peso do ar apanhou-nos na cama s ombreada riamos em intervalos separados pelo calor em len çóis  povoados de nuvens dois barcos acabados de chegar acolhedores, sem ju ízo de pedir à noite algum chamamento triste. .......................................... D e olhos abertos, por favor. não tardes mais a cruzares esses olhos que tanto preciso com o rascunho do meu paraíso. Que os amantes nem veem s ó querem sempre ser dois pontos presentes de nenhum lugar. ...........

Saudades do Outono...

Piquenas estórias de amore XII

Por volta dos meus vinte, vinte e pico anos perdi um amigo à loucura.  Estava só. Atirou-se para baixo de um comboio porque lhe aparecia a N. Senhora na frente dos olhos em todo o lado. Aquilo punha-lhe o mundo todo em desacordo. Em uma caixa perfeita ia-lhe a cabeça metida no espaço desigual dos comuns, noutra, surgiam-lhe lamparinas, astros ilustrados, putas maravilhosas, crenças de infância queimadas a ferrete directamente no cerebelo, frustrações em cavalgadura, e acabou só alucinado, o meu pobre genial amigo. Só alucinado pela maldita doença. Ouvia música aleatória do John Cage e fazia abluções com drogas banais para parecer igual a toda a gente. Nunca resultava com toda a gente, só com aqueles que lhe sabiam a razão da loucura. Ele, por vezes, nem fazia caso à própria loucura ou àqueles que a maltratavam com palavras e desdém. Ele, louco, era mais puro que qualquer impostor que se fizesse de 'artista' ou de 'amigo'. ELE era muito melhor. Melhor, porque a

A Estupidez é uma invenção Humana...

De onde nascerá inevitavelmente o seu próprio fim. Obrigado Brasil, pela tua estupidez.