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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto 24, 2014

Serviço público: hora exacta

Retrato do artista a caminho da loucura

"Por coisas insignificantes, assaltavam-no às vezes terríveis cóleras: lembro-me de um dia, só por não querer adoptar uma opinião sua, me atirou com um insulto obsceno" Mário de Sá Carneiro in "Loucura"

O Mudo da estação 13

Nunca sou eu quem vos agrada, nunca. Um nunca lido alto e em bom som. Que venha a verdade e nasça água do chão directa à vossa boca, sois gigantes, colossos, sois reis. Eu? Eu não. Se ficar aqui parado, sem dizer isto, torno-me nada, mas, se me mexer, um pouco mais animado, a minha liberdade será tão pouca, que só por desfeita a reconhecereis.

Até os Ursos choram

It's not a case of doing what's right It's just the way I feel that matters Tell me I'm wrong I don't really care It's not a case of share and share alike I take what I require I don't understand ... You say it's not fair You expect me to act Like a lover Consider my moves And deserve the reward To hold you in my arms And wait And wait And wait For something to happen It's not a case of telling the truth Some lines just fit the situation Call me a liar You would anyway It's not a case of aiming to please You know you're always crying It's just your part In the play for today" Robert Smith in Seventeen Seconds - "Play for Today"

O Paradigma da Posteridade

De tudo o que jurei nunca mais fazer, e não foram poucas, as coisas em que falhei juramentos categóricos, a determinação em não mais pagar para poder ser publicado, foi aquela onde depositei a minha parte íntegra maior.  Poder viver um resto de uma vida inteira sem voltar a existir em papel pago, seria a maior das minhas conquistas. Não coloco aqui o verbo no condicional, por ter voltado atrás, só por querer. Esta atrocidade mental de publicar, seja por que modo ou razão, revolucionou o mercado editorial, criando novas "chancelas editoriais" todas elas cabotinas. A lei diz que, havendo quem te procure, lá terás de lhe oferecer aquilo que deseja. Fico danado por saber que as leis, são criadas debalde, por quem entende bem o vulcão do dinheiro, e dele se serve bem, ao contrário dos que o alimentam sem se aperceberam da explosão iminente a que se submetem. Foi por isso, ou contra isto, que fiz as minhas juras devotas. Entendo a ânsia, eu próprio fui vítima da minha ans

Amar cansa...

Auto-retratos sem Rosto

Havia de se poder submeter a sufrágio os auto-retratistas. Não falo daquele voto anódino dos comparsas, mas sim de uma eleição a valer, aberta a todos. É que, esta inconstância de máscaras é tal, que chega a provocar tonturas. Da minha parte, deixei de ver as "selfies" do Facebook, apesar de algumas, memoráveis, entrarem directamente para o panteão dos excelsos egocêntricos. Na verdade, deixei de ver tudo no Facebook, tornei-me incapaz de lá existir. A culpa não é de mais ninguém, senão minha. Como toda a gente sabe, tudo perpassa um sentido de ridículo quando atinge o exagero, o auto-retrato é um deles, e o Facebook extravassa-o, é, o exagero do tudo, onde só os misantropos coexistem com os seus rostos de pau. Eu já não consigo, o meu tédio fugiu das pessoas. É tal a melancolia, que se tornou em aversão. Posso estar-me a cagar para tudo isto, e até estou, não me limpem a boca antes de tudo sair inteiro, só que, não reconher o que não gosto, torna-se numa cegueira, e,

RIP Sir Attenborough

Mais um dos grandes do cinema que nos deixa...

Viva os mais belos sorrisos!

  «Não há decepção. Há apenas constatação.» Paulo José Miranda

Al Cristo

Al Cristo era suposto ter sido gémeo, mas, absorveu uma parte inútil da irmã, estando a existência desta pendente na barriga de aluguer que os desenvolvia a ambos, até ser quase totalmente digerida. Assim, Al nasceu com dois apêndices, cresceram-lhe dois pares de amigdalas e uma cauda vestigial, que escondia bem apertada, com um pano, sempre que não lhe apetecia brincar. No estranho bando onde vivia, não era difícil distingui-lo dos outros, não fossem as suas origens que lhe puseram a pele escura e os modos violentos, não só historicamente mas na biologia também. A sua cor concedia-lhe uma espécie de bússola interna, que, posta perante qualquer questão que fosse, lhe reorientava a identidade sempre para o mesmo lado. No ano em que morreu o Chet Baker, Al ainda tinha cara suficiente para um caixão aberto, graças à geografia que herdou, e que é a mais religiosa das ciências, sendo isto mais do que mereceria ter mais tarde, sem imaginar nunca a tremenda estupidez de vir a ser expuls