Bruno Ganz assume uma longa e frutuosa lista de créditos cinematográficos da mais alta estirpe. Um actor suíço muito minimalista nas suas interpretações, extremamente contido, que trabalhou com os melhores e nos habituou ao melhor daquilo que um actor nos pode oferecer: a humanidade. Das suas últimas prestações recordo o perturbante filme de Lars von Trier " The House that Jack Built " (2018) onde interpreta Virgílio, entregando-nos a imagem da consciência omnipresente sobre a figura do mal puro, que derradeiramente conduz ao Inferno, justapondo-se ao próprio episódio deste, na " Divina Comédia " de Dante , onde ambos adentram e deambulam pelos círculos do Inferno. É um pequeno papel, que quase fecha o filme, mas que é fundamental para o mesmo. Aliás, Ganz sempre foi pródigo neste aspecto " No small parts " dir-se-ia, ou sobretudo, o seu ofício exposto na tela de uma forma tão cativante e exímia, que, por muito pequeno que fosse a sua parte, nunca pa...