Uma manhã perfeita, eu estava só, ouvindo a chama do Verão, à deriva, só à deriva... Caía sem peso, flutuando nesta neblina dourada, respirando os sons azuis do céu, repletos de memórias de outros dias. E no meu sonho era um jovem, e sendo jovem queria ser melhor. Com flores na boca e nos meus olhos, flutuando apenas nas cores do céu, procurando as estrelas e os anjos. Transformado pela subida, olhei para baixo e vi o mar. Aí tracei em acalmia absoluta, os contornos do teu rosto. Nuvem do céu, que pareces, um burburinho de água. Leve sonho que me carrega, por seres tão minha, como a nuvem é do vento. Não faz mal... Cantei depois, no recolhimento, das memórias de outros dias. Empurrei para cima o céu, e no meu sonho era criança. E sendo criança queria ser melhor até desaparecer no teu Sol. Casimiro Teixeira 1998