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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro 26, 2021

A noite em que o Rodrigo Leão me deitou farpas dos olhos.

Gosto muito do Rodrigo Leão, sobretudo por estar na génese de duas das bandas mais experimentais, geniais e bem sucedidas que tive o prazer de ouvir e amar nos últimos 40 anos: Sétima Legião e Madredeus. É bem verdade que também os seus trabalhos a solo, a partir de 1995, me têm muito entusiasmado, pela criatividade e diversidade instrumentativa. Foram novas sonoridades minimalistas que romperam barreiras, que não hajam dúvidas aqui. O homem é um virtuoso, e toda a glória lhe seja merecida por aquilo que vem fazendo aqui e além-fronteiras. Ressalvo o seu projecto " Cinema " como um marco da música colaborativa, e falo de parcerias com gigantes como Beth Gibbons (Portishead) e Ryuchi Sakamoto. Tudo isto poderão apreender na sua extensa biografia na wikipédia. O que pretendo realmente ressalvar é que, adoro-o, sim, tenho uma fraqueza de fã pelo Rodrigo Leão, daquelas de quase desfalecimento, mas ele, por seu turno, e mesmo sem o saber, detesta-me! Eu explico: há aqui uma pequen

Filhos-da-puta dos ricos.

Suponho que a grande maioria das pessoas nunca desenvolveu um forte sentido intuitivo acerca da abissal diferença entre um milhão e um bilião. Deixem-me tentar explicar-vos desta forma: um milhão de segundos equivale assim à volta de 11 dias. Já um bilião de segundos, são quase 32 anos. Percebem agora?

Fechar gavetas.

  Estar vivo é abrir uma gaveta na cozinha, tirar uma faca de cabo preto, descascar uma laranja. Viver é outra coisa: deixas a gaveta fechada e arrancas tudo com unhas e dentes, o sabor amargo da casca, de tão doce, não o esqueces. Luis Filipe Parrado

O Mal

Lembro-me muito bem que a minha mãe via sempre o Mal onde, para meus inconvenientes trabalhos, inevitavelmente ele aparecia, onde sempre se ocultara, esse 'mal' que de facto existia, e que o seu coração singular sempre me pareceu feito por medida para detetar. Eram os vizinhos, os parentes desbragados, o senhor da mercearia que cobrava tudo em excesso. O Mal, jamais me pareceu serem as atitudes erradas das pessoas, mais se assemelhava a um jogo de catequese. A senhora catequista dizia-nos certas coisas sobre o bom deus justo e generoso, e, logo a seguir sussurrava outras coisas muito baixinho sobre o diabo e afins. Na minha cabeça aquilo era um jogo das escondidas. O bem vinha contar até cem, terminava, todo apaixonado pelas pessoas e acendia-se na busca. Dentro do tasco da Dona Evinha, adjacente ao adro, escondia-se o Mal a beber sumol de ananás, sobranceiro na sua altivez. O bem, raramente o encontrava, apesar deste se esconder sempre no mesmo lugar. Parecia-me uma espécie de

Magnífico Noir

Sunset Boulevard (1950) Billy Wilder Shadow of a Doubt (1943) Alfred Hitchcock The Lady from Shanghai (1947) Orson Welles Out of the Past (1947) Jacques Tourneur  The Night of the Hunter (1955) Charles Laughton Ministry of Fear (1944) Fritz Lang   The Third Man (1949) Carol Reed Double Indemnity (1944) Billy Wilder