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A mostrar mensagens de julho 20, 2014

Poema 10

No fim, oculto tudo,  até os mais fortes e maravilhosos pensamentos, ânsias grotescas, tão vis, tão vis... sangue que sei ter dado, só meu. Palavras e mais palavras desbaratadas. E depois, parei no brilho de um sinal luminoso. Quem lhe poderá escapar? No fim já nem digo nada, a finalidade emudeceu-me. Menina, porque chora tanto nas últimas horas destes momentos? Menina, menina...não chore. Quem lhe morreu? No fim já só corro para dentro, das memórias mais angustiadas, e o cheiro da morte ali, amigo, sempre presente, mas ominoso. Quem lhe quererá escapar?

Morrer ali mesmo ao lado.

Hoje em dia morre-se ao desbarato. - Quase parece o argumento daquele novo filme do Seth McFarlane, ou a brejeirice de um certo programa do canal Odisseia. Morre-se! Morre-se por tudo e por nada. É daquelas constatações fáceis de se fazer, não custa nada escrever isto - é quase tão fácil como matar, pois ultimamente, vê-se gente a morrer daquela mesma forma primordial de medo insensato, como se mata uma aranha que sobe sossegada pela cortina do chuveiro. Um golpe certeiro de uma revista enrolada e já está. Morta. Ufa... Por vezes, se tivermos sorte, até nem morre de imediato, e podemos apreciar o seu estrebuchar lancinante, - isso é que é - até aquele momento final. Isso até é do melhor que se pode esperar de um tempo básico de total brevidade de tudo, seja o que for. A rapidez do tempo até quase nos afasta a morte da memória, Quase. Nenhum canal de televisão nos mostra isto, o que acho de uma grande injustiça moral. O ser humano gosta da morte, mesmo que nunca o reconheça, pára ou a

Monty Python's a voarem dentro da minha cabeça

Posso dizer com alguma propriedade que cresci a ver estes tipos. Teria o quê, uns quinze, dezasseis anos, quando senti a primeira grande boa estalada da descoberta de um humor estranho, único, que só consigo comparar à audição de uma primeira ópera. O "Flying Circus" é exactamente assim. Uma daquelas expansões cerebrais que, ou dá o passo definitivo para o amor eterno, ou se transforma de imediato em repúdio. Caiu-me nas mãos uma cassette VHS, empréstimo de um amigo mais velho, que ali gravou uma série de episódios directamente da fonte, a BBC 2. Tive de ver aquilo às escondidas dos meus pais, como se visionasse pornografia hard-core. O "Garganta Funda" ou a "Debbie does Dallas" talvez não os alarmasse tanto como esta loucura desbravada à qual o seu filhinho inocente se estava a expor voluntariamente. Andei uns dias macambúzio, a pensar no sketch do papagaio. Como era possível aquilo? O jogo de futebol entre os filósofos gregos e alemães, consegui