Tenho-te, como se fosses só uma. tenho-te minha, e aqui te carrego, onde albergo o que nunca me melindra, nos profundos mares revoltos que me perfazem o peito. Tenho-te...tenho-te em parte pequena, em parte minguante, e em parte crescente. Tenho-te em parte nenhuma. Tenho-te por pouco, pelo pouco de mim que até se adivinha, nesse engenho inteiro que tomo pelo teu jeito, logo perdido, assim que te tenho distante. Não te tenho de todo. Logo eu, que sou tão feio, marcado, moribundo... que sou fraco por ser fraco, e porque assim me fiz. e que nem encontro beleza no que perfaz, o tudo mais de belo e de profundo, desse inteiro e sólido modo, que sempre me recolhe nas alturas das horas más. Tenho-te? - Nem aí estou. Tomara eu que te tivesse... E que fizesses tu cair, os males taciturnos que me aniquilam. Quem dera ter-te cá dentro, se ao menos eu pudesse, entrar em ti, e de ti subtrair, o que sou. ...