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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro 22, 2023

Diários Eróticos II

  De dois em dois dias vais ser isto. Aguentem... Quem? Não sei. Ah! Vai-te foder! este blog retornou surrealista. Surrealista? Doido, será mais exacto. Isto anda uma porcalheira. "Porcalheira"! És um 'coninhas', és o que és, sempre foste. Por isso toma lá o que és... 'Cremalheira rapada' da Rosario Dawson do filme "Trance" 2013

Portuguese Bombs

  Depois de exaustivas audições (entorpecidas, assumo), mas, mesmo assim carregadas daquele rigor desmedido a que sempre me acometo, concluo que os Clash não percebiam pevides do castelhano. Mesmo assim, neste contínuo torpor alcoólico, insisto em ter esperança de que uma música desta amada banda, em tons lusos, soaria bem melhor. A Espanha, mesmo que não nos tenha anexado, como sempre o quis, há séculos que nos fode a existência de formas que muitos nem imaginam. Esta música dos Clash, é uma delas!

Hare Krishna

  E, depois de tudo isto, após todos estes anos de textos publicados em blogs, no facebook, em editoras vampiras, no raio que os parta...depois desta aventura castradora pelo mundo da literatura...literatura, hã? No decurso e também no resultado posterior sinto-me encastrado naquela música do George Harrison - " My Sweet Lord ". Há algo para se procurar, todavia nunca bem sabemos aquilo que buscamos e acabamos às voltas na rotunda da ansiedade. O sentido esfuma-se e resta-nos somente a procura. Buscar é bom, não encontrar frusta. - Há que continuar, dizem! Também a vida toda assim o é, o George percebeu-o, eu, nem por isso, fui ingénuo por demasiado tempo, começo a entendê-lo agora.. Quero que a busca se fornique em fanicos de carne e ossos. Necessito já de respostas. Sou mais Jm Morrison que George Harrison. Encontrar o meu caminho bate à porta da ansiedade com punhos furiosos. Essa noção de paz oriental bovina não me satisfaz. Karma? Isso é para meninos. Eu preciso de saber

Medo? Não! Descanso.

  não chamem logo as funerárias, cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto, medo? só que o sangue vibre ainda na garganta e qualquer mão e meia me encha de terra a boca, sei de quem se tenha erguido, de pura respiração, do fundo da madeira, saibro, roupa, gôtas de orvalho ou cêra, ornatos, espadanas, lágrimas, últimas musicas, não é como no escuro o trigo que ressuscita, sei sim de quem despedaçou as tábuas e ficou entre caos e nada com o sangue alvoraçado nos braços e nas têmporas, que se não pare nunca entre as matérias intransponíveis, cortem-me cerce o sangue fresco, que a terra me não côma vivo, [excerto] Herberto Helder, in “Ofício cantante – poesia completa” assírio & alvim, 2009

Head like Krakatoa

 

A montante dos dias.

  (...) Ando nisto em um tempo algoz... Isto é, quando me entrego à labuta da escuridão, sempre naquele campo infecundo que só (me) acontece e por demais me enterra. Talvez esteja só plantado no meu próprio chão, em noites assim, onde a chuva me salva a voz, me salva o futuro insistente, me salv'a'terra, onde me semeia e por fim me floresce! in: "Forte Agitação Marítima."

Diários Eróticos

Patricia Velasquez  

O Último Poema

Soa-me tão estranho ter tantos poemas espalhados por tantos livros não publicados. A dada altura, já nem bem sei de que livro é este, ou para que livro escrevi aquele...Escreve-se e depois encaixa-se onde nos apetecer. Há, talvez, uma clara liberdade na obscuridade! Um dia, todos estes poemas estarão ocultos em um disco duro, com proteção de 'password', e dificilmente alguém conseguirá re-purga-los para o mundo. Nesse dia estarei já morto e tudo isto não passará de um fútil exercício de egocentrismo. A questão fundamental é: para quê? Faz tempo que deixei de acreditar no 'pai natal' e na noção de que se escreve por que tem de ser, é um imperativo fisiológico que escapa à razão. Ontem mesmo, tossi tanto que me pareceu sentir um dos pulmões a fugir-me pela boca. Para quê tudo isto então? - A eternidade? O legado? - Tretas! Todos estes poemas, contos, novelas, romances acabarão em um imenso descampado de lixo. Serão lixo, nada. Até estes pensamentos o serão. Ninguém, jamai

O grosso do mundo

Retornei a voltar a reiniciar um fresco percurso. Ando a tentar caminhar novamente. Para já, só no labirinto da minha cabeça, mas aguardo a aberta para sair e meter os pés na terra-fel e seguir.  Ontem, mais uma vez, debative-me com a 'difícil' tarefa de apertar os cordões dos sapatos, a simplicidade desta acção versus a tarefa hercúlea de a executar, sempre me põe alerta. Bufei tanto que quase me saía a vontade por detrás. - Apertei-os e depois olhei lá para fora. - Vou caminhar! - Disse, determinado. Não fui. Sentei-me e comecei a beber, habitual...Dentro, era como uma mola inútil. Inútil por não saltar como fazem as molas. De que serve algo que não faz aquilo para que serve? Será o meu corpo desenhado para caminhar...ou, para beber? Bebi mais enquanto a luta filosófica me colocava no meu tamanho humano. As fronteiras, as barreiras postadas em um batente sobre a minha vontade, são o muro de sempre. Ser saudável, saudável o suficiente para conseguir apertar os cordões dos sapa