Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de setembro 30, 2018

"Quando a cabeça não tem juízo..."

Pior do que o inexorável desgaste emocional, derivado de motivos, o incontornável descalabro psíquico que, vez por outra, (cada vez com mais frequência) me atira às cordas e me deixa ali, inane, a lambuzar-me na própria saliva que só quer gotejar da boca para fora, só quer aparvalhar-me, retornar-me ao útero. - Maldita boca que nunca se fecha. Malditos dedos doentes do síndrome de se mexerem em cima das palavras. - Pior do que este estado meio catatónico de auto-comiseração, é preocuparmo-nos com o próprio corpo. Como se este fosse o essencial de nós, só porque é visível a olho nu e aparece mais vezes do que deveria em retratos digitais.  Não percebo a necessidade de deter ou limitar precocemente o que a vida acabará necessariamente por fazer.   " A vida encontra sempre um caminho ." Vi esta merda em um diálogo de um filme sobre dinossauros.  E o nosso retrato ali era horrível. Bem feito fazermo-nos devorar pela nossa própria arrogância! A mesma espécie que derivou d

Se foder, fume até lhe explodir tudo.

Esfumar a censura em mau gosto ou censurar o fogo libidinoso?

Valha-me o Theo e o Dizzy, ao menos.

Thelonious Monk Dizzy Gillespie

Fazer excertos é mais fácil que morrer.

(...)  Assim te vi no princ ípio, onde nada nunca est á onde é suposto. Eras uma casa feita em segredo. Todas as casas têm baús misteriosos cheios de cartas de amor em porões de saudade,  escondidos nos escaninhos mais profundos, entre as peças inacabadas de dominós de alabastro,  as colchas garridas da tia louca,  os acessórios do sexo esquecido,  a parafernália do animal morto,  os vídeos descartados ao inferno do digital,  as decorações de natais estéreis,  os livros por publicar... Tantos livros por publicar. Mas, só as cartas de amor, meu amor, nossas cartas,  tantas cartas de Amor desperdiçadas, nesse poço desigual, sobrevivem. Sabes... Em cartas de amor esquecidas nem os bichos vermes ou as coisas encravadas, ou a mais ténue esperança conseguem sobreviver de todas as possíveis maneiras que a literatura lhes reserva. As cartas de amor são a mais nua e democrática escrita inútil já inventada. Ficam para ali, eternas a serem perfei

Nós também não...

Charles Aznavour (1924-2018)

Dia sim, dia não uma beleza antiga

Diane Lane

"What we've got here is ... failure to communicate"

Paul Newman "Cool Hand Luke" 200 ovos foram preparados (cozidos), para uma das cenas mais emblemáticas do filme " Cool Hand Luke " de Stuart Rosenberg (1967).  Através da sempre prodigiosa  magia  da edição cinemática, Paul Newman teve apenas de ingerir cerca de sete ou oito destes, vomitando-os de seguida para um balde de lixo, assim que o realizador gritava "corta". Os restantes foram consumidos pelo elenco e equipa, o que levou à tumultuosa e famigerada epidemia de flatulência durante as filmagens do dia seguinte. Isto é apenas um insignificante ' fait-divers ' deste extraordinário filme, que deslinda as razões de ser do personagem principal e também a sua ascensão a herói entre a comunidade de prisioneiros muito consistentemente bem construídos a partir do romance de Frank Pierson.  "Luke" é basicamente um perfeito niilista, alguém que deixou de encontrar sentido na existência, e as razões para tal são muito bem esclareci