para Rui Pedro Tendinha Dormi pouco. Fiz trezentos quilómetros. Julguei ver-te várias vezes no caminho. Encontrei os teus cabelos soltos numa estação de serviço. Ao abrir sem querer o guarda-luvas redescobrirem o teu cheiro. Por duas vezes pensei na tua boca em estado de pura provocação. Eras quase tu e nunca me dizias nada. O cansaço deixa-nos tão vulneráveis. Um bom amigo levou-me para o Norte. Achou por bem que mudasse de paisagem, de companhias. Na noite em que chegámos bebemos tanto, ele ainda mais do que eu. De manhã não se recordava do fim da noite. Perguntou-me várias vezes se não tinha feito nenhuma asneira e não se mostrava tranquilo quando lhe dizia que não. Como se eu não fosse de confiança no que respeita a recordações. Havia um rio, havia rosas. Eu acho que tivemos sorte. O meu amigo só me pedia que não o deixasse sozinho, que tinha medo de não voltar a encontrar o caminho do hotel e no hotel a porta do quarto. Dormi sozinho. Antes ainda li alto uma tradução de