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A mostrar mensagens de março 1, 2015

Piquenas estórias de amore VI

Soube mesmo agora que se cometem crimes por amor mesmo aqui à minha porta. Percebi logo que aquilo era um paraíso em ruínas, quando soou a primeira derrocada, tomada de nervos ao telefone, e que por fazer tanto barulho  me incluiu, sem querer. A primeira fronteira violada foi a da pele. Imenso limite do corpo, que encerra e define o líquido todo que nos faz. Estava toda ali, em ebulição de gestos furiosos, fervorosos. Por sinal, alguém a agredia às bofetadas do outro lado da linha. Depois, ela, (sim, era uma rapariga. Brasileira, por sinal) juntou-lhe a língua inteira, demarcando-se do território dele, tão minimalista, que me pareceu partido, como um labirinto sem saída. Nunca perceberei se algum Adão moderno se prontificaria para se agarrar tão intrinsecamente a uma qualquer Eva, mas neste mitico corpo que assisto, partiam-se algumas costelas do coração mesmo debaixo dos meus olhos. Ignoro ser capaz de me colocar a jeito de saltar para a represália de alimárias primitivas, mas