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A mostrar mensagens de fevereiro 13, 2022

Dia sim, dia não uma beleza antiga

  Rhonda Fleming

O fim é sempre uma merda!

  Cada vez gosto menos daquelas pessoas que trazem a alma colada ao cú como o papel higiénico de ontem! - Gente de um peso e duas medidas, de fraca memória, de selvajarias interiores extemporâneas, furiosas, furiosas mas só incapazes de possuirem um espelho em casa. Para uns tudo se perdoa, até se solta um riso algorítmico, uma leveza de dizeres confortantes. Há uma descontração de interesses velados que tudo justifica, tudo parece agradar e é aceite como se fossem iguais. Equilíbrio, serenidade absoluta. Para outros não, ui, nem pensar! Para esses é o perpétuo dedo espetado, a injúria ou o desprezo que ainda mais dói. A minha única maldade reside sempre comigo. Quem não a souber interpretar escusa de tentar retirar o pedacinho tingido do cú. Não gosto de cús mal lavados nem de pessoas que agridem só porque se sentem agredidas. Toda a estória tem um começo, um meio e um fim. O desfecho depende sempre de ambos, ver unitariedade às cegas resulta sempre em um mau movimento intestinal.

O mundo exacto, como sempre o foi.

Yuliy Ganf ( 1953)  

As Lágrimas de Portugal

  Da esplanada do velho café da minha janela saboreando um whisky aguado com direito a comiseração a vapor, vi do outro lado da praça uma mulher à janela, arejando um tapete ou um cobertor ruço ou o que fosse de pano, não importa realmente. O que me importou era o que tinha atrás de si embutido na parede. Era o Menino da Lágrima , na sua pose estática tão conhecida e familiar, como se estivesse, nesse preciso momento, a fazer de modelo para todos os infelizes do mundo que vertem amiúde, ou sempre? a desdita inconsolável que os assola. - Quem se terá lembrado de o pintar assim e porquê? - É uma questão pertinente, penso. A pergunta imediata que me assombrou foi: Afinal, quem é que ainda ostenta o Menino da Lágrima , sem ter um espírito irónico ou 'kitsch' ou ser mero amante da pop-art trash?  No fundo, quem, em 2022, persistirá em manter este retalho de carnaval feirante pendurado em uma parede da sua casa, fazendo-o quase que por devoção a uma tristeza imaterial que requer repr

Tu sabes o que quebra o selo.

 

O contrário da escrita incorpora-nos.

(...)  A “Bisa” lambia-me os selos das encomendas dos livros, fazia-me a cama e limpava a merda do gato Ajax da sua caixinha cor de rosa. Eu escrevia, escrevia, escrevia pelos dias fora, e de resto era normal, afinal, vivia fora do mundo real. Pensava muito em sexo, muito mesmo. Sexo! Enfim, na pornografia mais abjecta maioritariamente, ou em erotismo avulso em dias melhores, e na mistura confusa que ambos me faziam. Pensava nas mulheres que se deitaram comigo nas melhores noites, e naquelas com as quais gostaria de me ter deitado se estivesse acordado. O balanço era desequilibrado. Sobretudo nos nomes. E começava aí a confusão. Lembrava-me de quando uma amiga (já se me olvida o seu nome) me aconselhara um livro erótico, ela disse erótico, não pornográfico. Meu Deus! Pornográfico nunca, que os inválidos não tem direito à pornografia natural do mundo: Era o “Duas Vidas sem Importância”, do Cristóvão Altuna, (disto lembro-me). Então, pedi a um primo meu, o Albino, que mo comprasse em se