Como sempre imaginei que assim fosse, tudo se resume a mãos dadas, a entregas desprendidas. A um amor primordial, pois. De outro modo como poderei racionalizar que um texto "x" valha mais que outro "y"? - Venham os teóricos patrões desta razão toda e discutam isto. - Não virá ninguém, eu sei. Escrever é uma bestialidade tremenda que só serve as aflições mais primitivas do ser humano. Em boa verdade, desde a véspera de seja o que for que escreva penso em publicá-lo, e aqui é quando me sinto agitado, mergulhado numa excitação quase juvenil. No dia seguinte, visto-me quase sempre de fraque melodramático. Todos os dias seguintes, são a mais triste festa de passagem de ano que alguma vez passei (e já passei por algumas bem taciturnas). O pior, é que todos os anos são piores que os anteriores. Tomara que o tempo tivesse parado algures cerca de dois mil e treze. Aí tudo ainda me parecia possível e vivia uma ingenuidade libertadora, propensa ao desejo férreo de jamais ...