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A mostrar mensagens de dezembro 6, 2015

Limbo

Era um mês como se fosse Domingo, ali deitado na minha cama onde nada nunca crescerá. E da janela em diante todo o céu tornara-se verde e vingativo como o sangue escuro. Faltava-me apenas o tempo de toda essa espera que deitei fora como sempre acontece e como será, no que não é feito de pele, de ferida ou do que é meu. Era um mês áspero por pensar que tudo iria ser bonito a bater e bater e bater.. sempre no mesmo descolorido muro, Porém, só a casa ficou de pé depois desse tempo, a olhar os dias crescerem como o musgo ou a invasora hera. Nobilíssima contenção, entre lençóis e cobertores da serra, e o amor para sempre, para sempre o amor uma visão de hálito impuro em que já nem acredito. Era um mês indolente a devassar-me as margens da tolerância. Nada disto se explica, à luz desta eterna guerra, nada se assemelha no colchão a um sismo, como este inferno dentro do coração e da cabeça. Abrem-se rombos por todos os deuses que em mim permito, e entre a ruína desta ap