É a parte irada de si mesmas que as pessoas querem esconder, quando se prestam a tirar uma fotografia, e se obrigam a sorrir? E em todas as fotos que tiram estarão mesmo a sorrir como se estivessem incrivelmente felizes naquele preciso momento, ou nem por isso? Se fôssemos realmente sinceros estaríamos apenas ali, a sermos e a sentirmos aquilo que somos e como estamos. Se queremos chorar, deveríamos chorar, mesmo que todos nos digam: não chores, por favor não chores! - Choremos pois, e em grupo. Passámos todos por tristezas e frustrações, perdas e depressões e isso pede a purga do choro. Só que nada disto é aceitável. Nesta sociedade temos sempre de ser positivos, alegres e foliões. Não! Choremos todos em conjunto pelo que nos faz justamente chorar e depois talvez chegue uma palavra simples ou um abraço para nos passar o choro e quiçá começarmos o processo de resolução dos nossos problemas pessoais. Mas não riam fingidores. Não se façam de hipócritas felizes. De acomodados com o que é regular e comum. Nunca.
Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci...
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