O Orgulho é uma Nuvem
Um dia acordarei longe do teu abraço.
Porque existir é outra coisa diferente disto que me exiges: é a surpresa da vida,
o encontro da emergência de aqui estar, o princípio bondoso do amor próprio
e também o seu maravilhoso fim.
Um dia não precisarei mais de pedir a tua mão acumulada sobre o meu destino.
Um dia serei o meu mundo próprio.
Serei assim,
E poderei ser livre finalmente, como as orgulhosas nuvens de outrora.
Vagueando pelo céu eterno, sem pedir permissão a ninguém.
Um dia serei alguém sem arrogâncias, alguém liberto de todos os cinismos,
de todos os azuis anti-naturais, tingidos.
Um dia serei melhor, alguém melhor!
Um dia acordarei longe e certo, e nesse dia serei somente a minha própria luz.
Que o fogo dos outros em nada me ilumina,
em nada me seduz.
Porque os dias só feitos de mãos atiradas ao vazio são a morte mais lenta de todas.
A morte que derrama cá dentro um sangue ôco, como um sangramento incontrolável de Deus.
Um dia tinjo-me de brilho e côr, e fujo de vez da tua escuridão.
Um dia...
Um dia qualquer destruo as camadas entre nós,
as ligações desligadas a esta inexplicável explosão.
E também a maldade inteira que me entoa,
brados e brados e brados de Adeus!
Um dia destes volto a ser Pessoa!
Fica então marcado o encontro naquele lugar só nosso,
onde bebemos perdidos a espuma do mar
e devoramos as nuvens armados em bocas de ventos fortes.
ali habitamos sempre um constante estado de alvoroço,
e o mundo fugia-nos dos sentidos, sempre tão rápido a escapar
sob a sombra imperfeita da areia inútil dos nossos consortes.
Agora, livrou-se o tempo completamente dessa memória,
como uma pele de cobra, soltou-se de nós, tal como previas
ou quase,
ficou ainda por ser escrita, a memória rigorosa desses dias.
Os anos mal têm força para abafarem um vislumbre de paraíso.
Tornou-se ímpeto o relato desta mesma história.
Abriram-se pelas ruas todos os passos,
e todas as bocas sem pudor, falaram de nós,
do nossos beijos, corpos, dos nosso sexos e abraços,
e de toda a poesia que disseste pela minha voz.
onde bebemos perdidos a espuma do mar
e devoramos as nuvens armados em bocas de ventos fortes.
ali habitamos sempre um constante estado de alvoroço,
e o mundo fugia-nos dos sentidos, sempre tão rápido a escapar
sob a sombra imperfeita da areia inútil dos nossos consortes.
Agora, livrou-se o tempo completamente dessa memória,
como uma pele de cobra, soltou-se de nós, tal como previas
ou quase,
ficou ainda por ser escrita, a memória rigorosa desses dias.
Os anos mal têm força para abafarem um vislumbre de paraíso.
Tornou-se ímpeto o relato desta mesma história.
Abriram-se pelas ruas todos os passos,
e todas as bocas sem pudor, falaram de nós,
do nossos beijos, corpos, dos nosso sexos e abraços,
e de toda a poesia que disseste pela minha voz.
"Todos os Fogos são Fevereiro" - Poesia 2016
Rejeitado por todas as editoras dedicadas à poesia.
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