Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de maio 23, 2010

Poema 8

És uma flor que cresce da parede gretada, perdida entre o feto a hera e a gesta, colho-te mansamente dessa curta fresta onde infeliz estás tu atada. Trago-te, tonto e sem jeito, enrolada no calor imenso deste peito, a ti, delicada e bela que és, minha flor silvestre, meu sonho de tudo o que virá. Perdido, perdido, ando eu, no rastejar, de um chão que nem sei se existe. Perdida, perdida, anda a vontade, a força de espírito, que por vezes parece que desiste. Em mim, em mim (Tiná) e anseio, anseio por esse teu olhar cheiroso de flor, que tudo me traz de volta, esse olhar, ah esse olhar de amor. É por isso, só por isso que eu sei, embora olhe para ti menos vezes do que já olhei, nesta vergonha, sim, nesta repugnante vergonha, que me corta a artéria da vida, inundando-a de peçonha, e nada mais me resta, que estas palavras pra ti ó minha flor, palavras nem sei bem de quê. De dor? De Amor? Pois eu estou cego, sou aquele que não vê. Mas por ti, por ti eu tento, e se ao menos, em

Rostos da Boavista (Cabo Verde)

Todas as fotos da autoria de Casimiro Teixeira