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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro 4, 2018

Vila do Conde

para Rui Pedro Tendinha Dormi pouco. Fiz trezentos quilómetros. Julguei ver-te várias vezes no caminho. Encontrei os teus cabelos soltos numa estação de serviço. Ao abrir sem querer o guarda-luvas redescobrirem o teu cheiro. Por duas vezes pensei na tua boca em estado de pura provocação. Eras quase tu e nunca me dizias nada. O cansaço deixa-nos tão vulneráveis. Um bom amigo levou-me para o Norte. Achou por bem que mudasse de paisagem, de companhias. Na noite em que chegámos bebemos tanto, ele ainda mais do que eu. De manhã não se recordava do fim da noite. Perguntou-me várias vezes se não tinha feito nenhuma asneira e não se mostrava tranquilo quando lhe dizia que não. Como se eu não fosse de confiança no que respeita a recordações. Havia um rio, havia rosas. Eu acho que tivemos sorte. O meu amigo só me pedia que não o deixasse sozinho, que tinha medo de não voltar a encontrar o caminho do hotel e no hotel a porta do quarto. Dormi sozinho. Antes ainda li alto uma tradução de

As Crónicas do Senhor Barbosa XIII

Fechada a última caixa, o Senhor Barbosa, atirando um murro à mesa, levantou-se, deu um safanão às calças, passou a mão pela barba crespa e densa que lhe dava ao rosto uma expressão feroz e, com uma voz retumbante, despediu-se: "Adeus velho mundo, adeus, adeus. Adeus esperança tão efémera. Puta que pariu os retornos, novos erros nunca apagarão os antigos." - Talvez tenha vertido aqui alguma lagriminha manhosa, daquelas que nos assaltam quando menos as esperamos.  Contava uma mão cheia de décadas no corpo e bastava-lhe de indigência caseira. Isto passou-se no maravilhoso dealbar do Inverno que fugia de ser mais tempo de Outono e gozava de completa liberdade.   Anulara a renda da casa frente a um senhorio exultante, despedira-se da EDP e da Indáqua que muito prontamente lhe cortaram os serviços de assistência - já não se importava - Podia morrer lá fora à chuva se quisesse, de joelhos, sobreaguado no declive da rua das Mós. Ao por os pés fora da casa, o seu rosto parecia

Que Alguém Saiba que ando Seco.

Vendo o que me resta desta poesia como parte de um crowdfunding   que se destina a angariar fundos para a compra de uísque suficiente para conseguir escrever mais livros de poesia (ou qualquer outro género.)  que por sua vez acabarei por tentar vender, desesperadamente, para conseguir comprar mais uísque e assim prosseguir a escrever. e a beber e a escrever e a vender e a beber e a escrever...  E por aí fora... É uma espécie de boa causa!  - Mandem mensagem para Casimiroteixeiraescritor@gmail.com - (Nota: o ' c ' no inicio do endereço é mesmo maiúsculo ) (Nota 2: Podem sempre chegarem-se à frente e mandaram-me foder. Eu entenderei mal, mas é normal isto, pois sóbrio, entendo muito pouco do mundo de hoje. Prefiro escrever e beber até rebentar de infâmia.)

*...* Mais.