Avançar para o conteúdo principal

Aves do Paraíso


(...)


Mais de cem aves do paraíso
voaram mesmo agora do céu dos teus olhos. 
Nada de especial, 
não precisas de te alarmar.
A lareira ainda crepita por igual
círculos de música fria libertada.
........................................
Apeteceu-me só uma pausa para contar
estes sonhos de pelúcia. 
Que o meu paraíso, sozinho
não poderá jamais voar 
sem haver presentes
olhos assim, como os teus.
.........................................
No decurso da noite, o peso do ar
apanhou-nos na cama sombreada
riamos em intervalos separados pelo calor
em lençóis povoados de nuvens
dois barcos acabados de chegar
acolhedores, sem juízo de pedir
à noite
algum chamamento triste.
..........................................
De olhos abertos, por favor.
não tardes mais a cruzares esses olhos
que tanto preciso
com o rascunho do meu paraíso.
Que os amantes nem veem
só querem sempre ser
dois pontos presentes
de nenhum lugar.
......................................
Ao acabar a noite tenho medo que não voltes
tenho medo que não voltes
tanto medo que nunca mais voltes
a voar.
(...)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci

António Ramos Rosa, in "O Grito Claro" (1958)

Três!

  Fui e sempre serei um ' geek '! - Cresci com o universo marvel nas revistas que lia em um quase arrebatamento do espírito em crescimento. O mesmo aconteceu-me com " Star Wars" , e com praticamente todos os bons  franchises que me animassem a vontade.  Quando este universo em particular, ( marvel ), surgiu finalmente em forma de cinema, exultei-me, obviamente. Mais ainda quando tudo se foi compondo em uma determinação de lhe incutir um percurso coordenado e sensato. Aquilo que ficou conhecido como MCU (Marvel Cinematic Universe). A interacção pareceu-me perfeita. Eles faziam os filmes e eu deliciava-me com os mesmos. Isto decorreu pelo que foi denominado por fases. As 4 primeiras atingiram-me os nervos certos e agarraram-me de tal maneira que mormente uma falha aqui ou ali, não me predispus a matar o amor que lhes tive. Foi uma espécie de idílio, até a DISNEY flectir os músculos financeiros que arrebanhou sabe-se lá como, e começar a comprar tudo o que faz um '