Das leis já inventadas, dóiem-me todas,
mas a que mais me degenera é a da oferta e da procura.
Quebra-me ao meio a auto-determinação,
de continuar ileso na correia maravilhosa da livre circulação.
Até entendo as leis da atração, e o cinto castrador da gravidade.
Pouco sei sobre termodinâmica, é certo,
mas, sinto-lhe o calor, a pressão individual e o conforto da barriga que se me avoluma.
Ocasionalmente, até cuspo na verdade,
mas isso é só porque nasci gente
e o homem é um bicho que nunca se acostuma,
a ser um trapo, um recado, ou uma peça vendida.
sem razões, faz e destrói todas as leis; uma a uma.
e depois chora sozinho, pela ferida auto-inflingida.
Deixei de ter emprego e fiz as pazes com as leis do trabalho.
Todo o caminho ao contrário só me fez ganhar tempo.
Deixei de ter dinheiro e fiquei nu e limpo.
A isto chamo as leis da liberdade,
que pouco ou nada tem a ver com a vida.
As leis da vida. Ah, as leis da vida!
Nem são pr'aqui chamadas.
Que leis se aplicam a quem não fez um caralho?
São frases que podiam bem ser versos.
São!
São peles secas e enrugadas,
que nem serviriam para alimentar um cão.
A terceira lei de Newton, compele-me a reagir,
ainda que sentado, a ver os outros passar.
nada me acende nenhum acção definitiva, neste universo,
onde os sítios dos outros pouco fazem para me animar.
Tudo é gratuito sem legislação,
até os gatos parecem mais fofos, sem leis para os conduzir.
A força, é uma interação entre dois corpos,
é o que me querem fazer acreditar.
Mas,
todas as leis fizeram-nas os homens,
incertos de qualquer ciência, cheia ou vazia. Foram escritas assim.
Que nenhum outro bicho até hoje, se importou
com a legal evolução que Darwin descreveu.
Se uma ameba não se interessa de ser quem é, porque me importa isso a mim?
E no fundo, esquecendo os desencontros, e as sombras magoadas,
resta-me a eterna dúvida de saber,
que raio de lei te regia quando te procurei,
sem saber ao certo quem te encontrou?
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