Em tempos idos celebrava-se as Eleutérias. Isto, basicamente se resumia a um bando de homens injectados de testosterona a justificarem a si mesmos a última carnificina. Metiam ali no meio o Zeus, e meter o Zeus é quase igual a meter Deus. - Caramba! É só uma letra de diferença. Tenham dó. - O importante era que, algum grupo, exército, nação, acabasse de trucidar outro, dedicasse a vitória ao correspondente suserano e fizesse a festa em seu louvor. Todos excitados de sangue e espírito, como se fossem eles mesmos a representação do Criador no campo de batalha e na Terra em geral.
Uma vez isto reconhecido, há que avançar para o dia seguinte. Aqui é que as coisas se complicavam.
É que o Homem, fosse de que nação fosse, de que exército, de que etnia, de que religião, jamais soube lidar com o que viria a seguir. A festa fenecia ao ritmo do rubor vivo das brasas das fogueiras, e, com estas, a noção da razão da sua presença ali. Da mera intenção de antes estar excitado e agora trôpego com a cabeça a arder-lhe em rodopios constantes. O próprio Zeus, que na noite anterior havia descido embriagado do Olimpo para incrementar a próxima geração de semi-deuses, pouco entendia, hoje, acerca daquela refrega tão acesa do dia anterior.
É por isto que as Eleutérias falsificavam as intenções dos homens. Parecia quase que se pugnavam com vista à festa, e pouco mais. A grande maioria da História humana bélica, se fez por um copo ou dois. Por uma noite de devassidão extravagante, um bolso mais cheio, pela necessidade de perdermos a razão e só nos divertirmos, apenas. Quantos impérios não terão sido derrubados por estas premissas? E quantos de nós não terão tombado para que outros se entretivessem em um deboche sem fim?
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