É a época de Natal, e neste período, espalha-se uma espécie de vírus que infecta todos com a vontade da dádiva e do proverbial amor ao próximo. Há uma certeza de que as pessoas gostam de dar.
Melhor começar isto de novo...As pessoas de bem, gostam de dar, mas a solidariedade institucionalizada, como a conhecemos hoje, deverá mais ser um valor a subtrair do que a somar às nossas boas intenções.
Melhor começar isto de novo...As pessoas de bem, gostam de dar, mas a solidariedade institucionalizada, como a conhecemos hoje, deverá mais ser um valor a subtrair do que a somar às nossas boas intenções.
Sabe-se que as mais divertidas histórias sobre altruístas, sobre generosos ou sobre corações moles, são as contadas pelos próprios. A correcção critica sobre esta gente toda anda a exterminar toda uma imaginação potente acerca de um país que é realmente mais bondoso do que parece. Só que, a saúde desta generosidade está de facto nas pessoas comuns, autênticos cavalos de tiro, que só param de dar, um pouco antes de chegarem ao esgotamento. Estes, e jamais os intermediários lambões que duvido quase que passem por ser humanos sequer. Alguns não são mais que cartilagens que se encontram junto aos pântanos, pegadas por um fio às pedras: a PT, a RTP, o Estado em geral, a alimentarem-se de benefícios fiscais e escusas à absoluta liberalização da solidariedade. O Banco Alimentar contra a Fome, a deitar toneladas da nossa confiança ao lixo da sua concupiscência.
A triste verdade escondida das campanhas que por aí se organizam, está tão repleta de sordidez que só apetece mesmo estender a mão directamente a outra presencial, ou quanto muito, como manda a pureza do honesto altruísmo, dar quieto e calado aos necessitados que se saiba, com absoluta ou quase absoluta certeza destes virem a receber 100% da nossa humanidade.
Tudo isto é um descarado esbulho que mata a bondade aos bocados. É que, entre os 23% (IVA) que cobra o Estado, a margem regular de mais ou menos 30% de que os hipermercados se compõem, mais o preço de chamadas telefónicas de custo x que acabam por resultar em y em cálculo final, dado que, muito naturalmente parece esta gente pensar que tem de ser assim, pois a desgraça de muitos precisa de continuar a enriquecer mais uns poucos, de novo e sobre estas cobra a PT 17% e por fim, (que novidade) o Estado outros 20%, o que significa habitualmente, que por cada chamada em que nos cobram €0,72, para ajudar a Madeira devastada, o Pedrogão queimado, o Centro-Oeste despedaçado pelas ventanias, contas finais: oferecemos €0,50 mas cobram-nos €0,72, pois há que suprir estas outras "necessidades".
Pior do que a desonestidade vulgar é a aquela que abusa da confiança dos que querem realmente ajudar quem deles precisa. É uma desonestidade hostil, e todas estas nuvens negras se atropelam para fazer de muitos esquálidos atormentados pelo ferro frio da indiferença. E porquê? Só porque entre a humanidade e o dinheiro se instala uma indefinição de limites, a presença maligna do arame farpado da ganância, vai afastando e alienando mais e mais pessoas de bem, genuínos altruístas que escavam as suas existências apertadas e mesmo assim encontram 'ouro' para dar.
Não estou a ser pessimista quando afirmo que a solidariedade está em vias de extinção. É que, tomando são conhecimento das acções torpes destes 'intermediários', a humanidade baixa de rendimento e retrai-se obviamente ante toda esta repugnância. Não será tanto porque as pessoas que querem dar se sintam imbuídas da necessidade de afirmação, é mais porque ninguém, mesmo ninguém gosta de se sentir enganado.
A forma como estas empresas e pior de todos, o próprio Estado se comporta nestas situações, que haveriam de ser só de desprendimento total, faz nascer inimigos à confiança, subjugados pela carga ignóbil de um engano à muito perpetuada.
As pessoas vão se esvaziando lentamente da sua bondade, mas nem tudo está perdido. Há que contar com o voluntariado de pedra e cal, e ás doações anónimas que não passam por estes espinhos avaros. É preciso não descartar já as pessoas que dão aos vizinhos e às associações locais, aos 'crowdfunding's' legítimos, aos escritores desconhecidos até...as multidões que sabedoras ou não desta cabala institucionalizada continuam perseverantes nas suas acções de apoio aos sem-abrigo, aos desempregados de longa duração, às vítimas de 'actos de deus', o que seja. O que é preciso é abrir os olhos e divergir a nossa confiança altruísta para a ajuda efectiva que não passe por mais ninguém pelo meio. Ajuda que chega a quem precisa de ajuda, sem precisar de mais ninguém a 'se ajudar' pelo meio desta bondade. Este é o objectivo.
Tudo isto é um descarado esbulho que mata a bondade aos bocados. É que, entre os 23% (IVA) que cobra o Estado, a margem regular de mais ou menos 30% de que os hipermercados se compõem, mais o preço de chamadas telefónicas de custo x que acabam por resultar em y em cálculo final, dado que, muito naturalmente parece esta gente pensar que tem de ser assim, pois a desgraça de muitos precisa de continuar a enriquecer mais uns poucos, de novo e sobre estas cobra a PT 17% e por fim, (que novidade) o Estado outros 20%, o que significa habitualmente, que por cada chamada em que nos cobram €0,72, para ajudar a Madeira devastada, o Pedrogão queimado, o Centro-Oeste despedaçado pelas ventanias, contas finais: oferecemos €0,50 mas cobram-nos €0,72, pois há que suprir estas outras "necessidades".
Pior do que a desonestidade vulgar é a aquela que abusa da confiança dos que querem realmente ajudar quem deles precisa. É uma desonestidade hostil, e todas estas nuvens negras se atropelam para fazer de muitos esquálidos atormentados pelo ferro frio da indiferença. E porquê? Só porque entre a humanidade e o dinheiro se instala uma indefinição de limites, a presença maligna do arame farpado da ganância, vai afastando e alienando mais e mais pessoas de bem, genuínos altruístas que escavam as suas existências apertadas e mesmo assim encontram 'ouro' para dar.
Não estou a ser pessimista quando afirmo que a solidariedade está em vias de extinção. É que, tomando são conhecimento das acções torpes destes 'intermediários', a humanidade baixa de rendimento e retrai-se obviamente ante toda esta repugnância. Não será tanto porque as pessoas que querem dar se sintam imbuídas da necessidade de afirmação, é mais porque ninguém, mesmo ninguém gosta de se sentir enganado.
A forma como estas empresas e pior de todos, o próprio Estado se comporta nestas situações, que haveriam de ser só de desprendimento total, faz nascer inimigos à confiança, subjugados pela carga ignóbil de um engano à muito perpetuada.
As pessoas vão se esvaziando lentamente da sua bondade, mas nem tudo está perdido. Há que contar com o voluntariado de pedra e cal, e ás doações anónimas que não passam por estes espinhos avaros. É preciso não descartar já as pessoas que dão aos vizinhos e às associações locais, aos 'crowdfunding's' legítimos, aos escritores desconhecidos até...as multidões que sabedoras ou não desta cabala institucionalizada continuam perseverantes nas suas acções de apoio aos sem-abrigo, aos desempregados de longa duração, às vítimas de 'actos de deus', o que seja. O que é preciso é abrir os olhos e divergir a nossa confiança altruísta para a ajuda efectiva que não passe por mais ninguém pelo meio. Ajuda que chega a quem precisa de ajuda, sem precisar de mais ninguém a 'se ajudar' pelo meio desta bondade. Este é o objectivo.
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