Ignoro saber se
serei capaz de me colocar a jeito para a represália de alimárias mais
primitivas. Aquelas de peito já cheio por regra e cabeça rapada por dentro,
entouçados ao contrário para garantir que só o mineral mais sujo aí prospera.
Mas não os rejeito. Abraço-os até, isto, se vierem aqui. (alguns aparecem, e
logo esbracejam imenso pelos dedos ansiosos de babuínos, atirando fezes ao
desbarato por todo o lado. Todavia, tão depressa quanto largam a sua carga de
fel, desaparecem - atentem, não sou eu quem os apaga, são eles próprios que se
esvaem em um nada, após a descarga dos vitupérios pestilentos.)
De facto,
desconheço se terei eu mesmo algum peito erigido em bravura, pronto a receber
essas pancadas brutas. Mas, admito humanidade e por isso reconheço as minhas
fraquezas, esta é só uma da longa lista que me faz homenzinho todos os dias.
Duvido muito da
minha ousadia sim, mas escrevo-a, porém, na habitual purga que a alma
necessita, naquela rotina contínua da auto-limpeza de espírito, perdem-se
vários pedaços do que somos, até que um dia perdemo-nos totalmente e deixámos
até de ser aquilo que éramos inicialmente. É muito triste isto. Ninguém nunca
haveria de se evaporar enquanto se limpa da merda dos outros. Só a merda
precisa de desaparecer, só esta. Pode dizer-se NÃO, paulatinamente, com muitos
tons e efeitos, acho-o redutor. Dizer NÃO sempre impede a vida de avançar seja
para onde for. Para tantas vezes em que nos falta a voz, o NÃO parece
substituí-la, assim aparenta ao ouvido do interlocutor. Ou, conquanto digamos o
que nos apetece dizer, a estes, soa igual. E imediatamente surgem os
brutamontes da razão, certos de que poderão dizer aquilo que lhes apraz dizer
só para se certificarem que eles é que estão certos, e que é preciso rebaixar
sem demora os que dizem qualquer coisa que seja do contra. A certeza na
razão não contribui para redenções à priori, e, em casos particulares, até
ajuda na diminuição da lucidez.
Há
sempre quem o faça, nas pequeninas voltas do dia ou de frente para um
carreirinho de tanques. São estes quem nos lembram que, se a evolução iluminou
o cérebro para algo desperdiçou o seu tempo aqui.
Enfim, todo este engonho é só para saber: quem é que realmente lê esta coisa que aqui renovo de tempos a tempos?
É certo
que já lancei esta questão antes, e que, sobretudo, a mantive
presente constantemente quando ainda mantinha presença regular no
Facebook, todavia, a minha farpa obsessiva-compulsiva não me deslarga os
calcanhares da pergunta: Quem, é que lê este blog e se interessa?
Tenho
somente 35 seguidores! O melhor é corrigir para não aparentar o pessimismo mais
aberrante; Tenho 35 seguidores! Uau?
Não
tenho peito só para brutos, gostava tanto de ouvir outras perguntas, opiniões,
comentários...É tão simples. Basta fazerem de conta que isto é uma espécie de
Facebook particular e postarem um comentário. Só isso. Serão capazes de fazer
isso por mim?
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