Acabo de descobrir mais esta pérola. Como escapei do campo de concentração das redes sociais, demoro mais tempo que o comum dos mortais a fazer tristes figuras. Grosso modo, isto é a instituição celebratória de mais um dia, entre os trezentos e sessenta e cinco (os bissextos são anti-natura) que fazem os anos avançar inexoravelmente. O de hoje caiu na consignação da amizade. E há festa, penso. Gritos ululantes, amizade desbravada nestas vinte e quatro horas, sem restrições ou de outro modo, introspecções demoradas sobre o que quer que seja, que não se refira ou celebre a amizade. Hoje é o dia dos amigos, disse alguém, e, ai de quem não o seja ou o mostre neste dia.
Mas, esperem... ninguém me ligou hoje. Nem vivalma me marcou nas coisas comuns destes dias inefáveis, um toque, uma foto, um post, algum link ou tag. Não terei amigos? Dizem-me que sou inacessível porque vivo na minha privacidade e não partilho ao segundo a ingestão de cada alimento ou a prova de cada acção. Dizem-me que estou atravessado com uma barra negra pesada por decidir estar ausente das relações normais. Talvez tudo isto se explique a si mesmo, e só esteja a desperdiçar palavras com este texto.
Hoje é o dia dos amigos, amanhã é Segunda.
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