Avançar para o conteúdo principal

Bons tempos, para variar.


O Ministério Público acusou dezoito agentes da PSP da esquadra de Alfragide de "tortura, sequestro, ódio racial, ofensa à integridade física, comportamento cruel, degradante e desumano, falsificação de documentos, denúncia caluniosa e injúria agravada". Isto já vem detrás, de um caso ocorrido na Cova da Moura em 2015, um alegado assalto, e, como consequência, a acusação do Ministério Público parece ser muita coisa ao mesmo tempo, em um país onde nos habituamos a encarar estas situações como quem lança balões e não aguarda que aconteça grande coisa. 
Agora aconteceu. E ainda bem. 
Normalmente vai tudo para o arquivo morto e assim fica. Desta vez, não ficou. É bom que se mudem os paradoxos. Aparentemente, os rapazes foram severamente brutalizados e ficaram detidos dois dias sem motivo aparente. Que eu saiba, a Cova da Moura não pertence à Coreia do Norte, nem os agentes da esquadra de Alfragide, são interrogadores em Guantánamo. De modo que, isto é um caso sério, e pese embora, ser só para já uma acusação, ainda não uma condenação, já assim é um duro golpe, pois aqueles homens nunca mais irão ser polícias.
Importa que se perceba, que muitas vezes em zonas de risco, como é o caso, a tensão é constante e preponderante, mas daí a ensacar-se os actos de alguns, mesmo que muitos, com todos os restantes, acaba por ser perigoso. Tem sido assim, durante décadas. Desta vez não foi. De louvar a acção do MP, pois há que fazer-se tábua rasa, para que se sensibilize ambos os lados e também para que este caso, tão infeliz, acabe por servir um bom propósito de futuro. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci

António Ramos Rosa, in "O Grito Claro" (1958)

Três!

  Fui e sempre serei um ' geek '! - Cresci com o universo marvel nas revistas que lia em um quase arrebatamento do espírito em crescimento. O mesmo aconteceu-me com " Star Wars" , e com praticamente todos os bons  franchises que me animassem a vontade.  Quando este universo em particular, ( marvel ), surgiu finalmente em forma de cinema, exultei-me, obviamente. Mais ainda quando tudo se foi compondo em uma determinação de lhe incutir um percurso coordenado e sensato. Aquilo que ficou conhecido como MCU (Marvel Cinematic Universe). A interacção pareceu-me perfeita. Eles faziam os filmes e eu deliciava-me com os mesmos. Isto decorreu pelo que foi denominado por fases. As 4 primeiras atingiram-me os nervos certos e agarraram-me de tal maneira que mormente uma falha aqui ou ali, não me predispus a matar o amor que lhes tive. Foi uma espécie de idílio, até a DISNEY flectir os músculos financeiros que arrebanhou sabe-se lá como, e começar a comprar tudo o que faz um '