Porque sendo "pequenino", o Português, habituou-se a essa condição de falhar, de morrer na praia, enfim, de perder com desastre e infâmia.
Desistir parece-nos sempre uma opção tão apetecível, "morrer" assume-nos uma existência de quase um fado predestinado, como algo que se define por razão aos mais fracos, os que são verdadeiramente pequeninos.
Mas não, nada disto!
Aos "pequenos gigantes", a couraça da perda, a armadura da derrota infiltra-se-lhes na improvável e oculta alma guerreira, e assume uma outra pele blindada que os faz inevitavelmente maiores.
É um facto histórico, que tanto vale numa guerra antiga, como numa final de futebol destes tempos, a batalha de pura fé que promove a resistência inabalável, a brava entrega dos desfavorecidos, face à eterna glória, contra os vencidos arrogantes, é uma alegria que advém destes resultados improváveis.
No fim de contas, poder contar com alguém, mesmo nem sendo adepto do desporto, mas grato e excitado pela nacionalidade ali representada, redime-nos.
É estranha esta conclusão levianamente intelectual, porém, ser trolha, mulher da limpeza, escritor falhado, operário fabril, homem do lixo, artista emigrado, português forçado ao expatriamento, ganha tudo, TUDO, mesmo sem perceber como tal aconteceu. Ganha a alma de um povo e de uma Nação indómita. Ganha Portugal!
Ser parte de um enorme magote de "pequeninos", ainda que pareça que nada tenha feito para ali estar, (mas fez, sim senhor.) excepto serem um coração que sangra, vermelho, verde e amarelo por todos aqueles milhões de poros lusos, em minutos de constante "morte prematura", de dor e suor real, por tudo isto valemos e sempre valeremos o epíteto eterno de CAMPEÕES!!!!!
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Foto: Euronews |
Já o Francês, inundado de ego arrogante, tem muito mau perder, e custa-lhe imenso dar o braço, a perder.
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