Avançar para o conteúdo principal

More than this... não sei.



Se não estiver em alguma lista de melhores álbuns de todos os tempos, passa a estar agora ( ao menos numa lista minha e só minha!) - "Avalon" dos Roxy Music, marcou-me a pobre carne auditiva e sensitiva, com um erotismo simples mas eficaz quanto baste ao tempo da minha juventude.. 
Lá, do longínquo ano de '82, rais' me partam, continua a fazê-lo, por isso se mantêm no meu "Top" 50 de grandes álbuns de sempre. 
O 10º e último tema deste disco,;"Tara" (divinamente e exclusivamente instrumental, como num sonho iridiscente de entregas, avanços, retrocessos e considerações) continua a arrepiar-me os poros menos desavisados desta pele que me cobre o corpo mais sobranceiro da minha existência. Aquela pele que me guarda a arte toda num casulo uno. De graça.
Todavia, tudo o que é aqui dito, não passa somente de uma preferência muito pessoal. Sou aquele que ressalva o "Coimbra B" no melhor álbum de sempre dos GNR, "Psicopátria". - Ouso até dizer, o melhor álbum português de sempre.
Determinadas coisas não foram feitas para explicações arranjadas ao sabor níveo dos excelsos "conhecedores", brilhantes apenas na suja era digital.
Ditas listas são feitas e desfeitas ao correr dos anos, porém, linearmente alheio ao cuspo desses subjugados, há que pôr a mão no passado mais recente e encontrar pérolas, onde elas ainda existam.
Assim é o caso deste disco dos "Roxy Music" um grande feito no panorama Pop Musical Inglês dos anos Oitenta.
Que se fodam as listas dos entendidos, " Tara" remete-me no nome ao " E Tudo o Vento Levou", e logo me transporto ao romantismo de outros tempos e lugares muito melhores que os meus, mas sobretudo, arrepia-me sempre que ouço esta divina peça musical de alguns segundos, por ser apenas musicalmente perfeita e nada mais. Nada de excisões rebuscadas daquilo que poderá ser, mas que provavelmente não o é de todo. (Sabê-se lá! Alguém conhece o Bryan Ferry ou algum outro membro dos Roxy Music? Alguém, eventualmente quererá lançar-lhes estas questões? 
O saxofone, fagote, ou clarinete (não faço ideia - tenho de ir ver) que apoia esta canção, coloca-me a evidência misteriosa em sentido, o quase fragor da ondulação subjacente entrega-me sempre aos lugares onde fui mais feliz. E eu gosto disso, gosto de me sentir feliz, quando ouço uma música ou de outro modo qualquer. Gosto de não saber porra nenhuma, imaginar-me feliz e deitar-me apenas no sofá a renascer, aos poucos.










Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci...

Acerca de Anderson's...

Hollywood é um gigantesco cadinho demente de fumos e fogos fátuos. Ali se fundem todos os sonhos e pesadelos possíveis de se imaginar.  Senão, atentem, como mero exercício, neste trio de realizadores, que, por falta de melhor expressão que defina o interesse ou a natureza relevante deste post, decidi chamar-lhes apenas de os " Anderson's ". Cada um mais díspar que o outro, e contudo, todos " Anderson's ", e abundantemente prolíficos e criativos dentro dos seus géneros. Acho fascinante, daí querer escrever sobre eles e, no mais comum torpe da embriaguez, tentar encontrar alguma similitude entre eles, além do apelido; " Anderson ". Começarei por ordem prima de grandeza, na minha opinião, e é esta que para aqui interessa, não fosse este um blogue intrinsecamente pessoal onde explano tudo e mais qualquer coisa que me apeteça. Sendo assim, a ordem será do melhor para o pior destes " Anderson's ".  O melhor : Wes Anderson .  O do meio : Pau...

O discurso do Corvo.

Eis-me aqui, ainda integralmente vivo e teu, voo ao acaso, sem saber por quem voar, por sobre rostos de carne, palha e infinito. Trago as mãos feitas num espesso breu, toldadas pela sede de te possuir e de te dar, o ténue silêncio, que é tudo aquilo qu'eu permito. As palavras, quando são poucas, sabem melhor, dizem tudo melhor, se forem poupadas. Abre os braços então, e recebe-as em teu seio, a secura desta terra já consome o sangue do meu terror. Já falei, e agora vou voar num céu de pequenos nadas, disperso no bando obscuro, mesmo lá no meio. De modo que, apesar da lucidez dos meus instantes, continuo sempre algures, no longo espaço que nos envolve. Nada temas destas mãos de cinza que já não tem dedos por onde arder, Eis-me para sempre, nos interstícios perdidos e distantes, desta paixão que é dada, e que não se devolve, e que é minha e tua, porque assim tinha de ser! Casimiro Teixeira 2012