Explico-te agora todo
o mecanismo das marés
se fores só um corpo em horizonte.
Aquele sobe e desce de bruma e monte
de água, onde em tempos molhámos os pés.
se fores só um corpo em horizonte.
Aquele sobe e desce de bruma e monte
de água, onde em tempos molhámos os pés.
Já desvendados todos
os mistérios do osso e da pele
pouco resta por dentro que seja lume.
Agora só nos sobra o tempo que nos corre pelos dedos,
o que já doeu, não mais existe e nada jamais resume
o fogo de cal que nos aqueceu as noites.
Ficou-nos a ingrata tarefa que nos amarra ao futuro
pouco resta por dentro que seja lume.
Agora só nos sobra o tempo que nos corre pelos dedos,
o que já doeu, não mais existe e nada jamais resume
o fogo de cal que nos aqueceu as noites.
Ficou-nos a ingrata tarefa que nos amarra ao futuro
no
ramo de impossíveis dos nossos grandes medos.
Até
a Lua foi pura por um instante
quando
voei com as mãos eriçadas,
a
fazerem-se de água do Mar.
Subiram,
subiram, subiram como penas descartadas
que
julgavam ainda saber voar.
Através da esperança de plástico que nos resta,
Através da esperança de plástico que nos resta,
mantemo-nos
ao alto numa pausa irritante.
Para
desistir ainda é cedo. A solução é um segredo.
E
caso alguém se lembre de escrever sobre nós,
a
história não poderá nunca ser só esta.
Miro Teixeira
Auto-publicação 2015
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