Há tantos eventos diariamente, tantos que só as afinidades por vezes, ou os interesses mormente, resumem aqueles onde verdadeiramente comparecemos.
As redes chamadas de sociais, consomem-nos a agenda com isto. Porque somos seres sociais marcados à nascença pelo tempo onde vivemos e tudo isso nos obriga à consideração do espaço que havemos de preencher em determinado momento.
Atenderemos a tal evento por consideração à pessoa ou por atenção ao interesse maior de que nos dispomos a atender?
É realmente um "pickle" azedo que só levamos à boca nesta altura. Noutro tempo qualquer teríamos o bom discernimento de decidir conforme outros factores muito mais afectivos. Este imbróglio faz-me lembrar uma pessoa que em tempos foi um dos meus melhores amigos. Até se lhe ocorrer que eu nem era ninguém.
Vá, não me pintem estereotipado; detestaria ser o tipo que se queixa porque lhe caiem lágrimas pela cara abaixo como só acontece com quem é genuinamente infeliz apenas pela graça da vida. Eu observo as coisas como elas são. Ninguém faz amigos assim! - Mas é assim que as coisas são.
Exemplo prático: no próximo Sábado vou fazer uma apresentação do meu livro no Porto. Será a primeira apresentação deste livro que faço no Porto, e eu sou de Vila do Conde, a poucos quilómetros da cidade Invicta.
Como bom filho destes tempos criei um evento no Facebook a esse propósito (isto foi ontem) e, de então até agora, consegui 11 (onze) aderências ao evento.
Não sou um tipo tão ingénuo quanto me pintam, mas, admito sem reservas que, 11 pessoas, incertas tenham em conta, pois no Facebook a certeza é tão falaciosa quanto a mudança diária do algorítmo, é como que uma facada no lombo, me entristece sobremaneira.
Eu sou, como o disse, de Vila do Conde. E já fiz apresentações na minha cidade, na cidade ao lado (Póvoa de Varzim) e em outros lugares deste rectângulo desmorecido. o Humberto merece a divulgação, pois é tão meu filho quanto aqueles que me saíram do ventre físico.
Nunca o fiz no Porto, é certo, deste livro pelo menos, eu sei que tenho alguns amigos briosos para estes lados. Pois, e onde estarão quando deles mais preciso?
São estes tempos, Deus Meu! Estes horríveis tempos de aglomeração onde importa juntar. Poderia ser um grande escritor, e não me importar de todo com este texto feito de facas e dor, todavia, nunca me importei com a agregação ou a divina manifestação pública em relação a este ou aquele, o que sempre quis foi escrever e publicar, para depois existir num futuro onde já nem faça presença fisíca.
Haverá alguma coisa de errado nisto?
Não creio. O Homem foi criado assim mesmo, para existir, e quem vier com niilismos descabidos de talento e glória, havia de se empalar no espeto da sua própria mentira. Está dito!
Sábado, dia 17, às 15h30 na Casa das Artes do Porto, o "Corre!" do Humberto, que é um livro pequenino sim, mas do qual me orgulho tanto de ter escrito.
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