Muito frequentemente, somos os nossos próprios detractores mais duros, ainda que por vezes isso acabe por nos resultar num grande atraso de vida.
Se nos ocorresse questionar aqueles que melhor nos querem, sobre o nosso nível de "sucesso", enveredaríamos sem querer, numa espécie de experiência social que nos demonstraria, sem sombra de dúvida, que passaríamos mais vezes por ser bem-sucedidos para os outros do que para nós mesmos.
A única razão possível para considerarmos a execução prática deste exercício sociológico, deve de ser procurada no ramo matemático da estatística; ou seja, apoiando-nos nos cálculos estatísticos já efectuados por terceiros ( e tenho as minhas razões para admitir a sua existência, pois criam-se índices para coisas tão disparatadas, porque não para isto? ) e sobre estes, postulo que, uma grande maioria da população humana associa sucesso a felicidade, baseados na premissa de que, o simples facto da acumulação de riqueza, respeito e/ou fama, é, por si só, sinónimo de sucesso.
Vulgo, sou rico, respeitado e conhecido, logo tenho de ser feliz!
É uma falácia por si só.
Diz o saber popular que o dinheiro não traz felicidade, a fama dura o tempo exacto que nos for permitida, e o respeito, é uma daquelas coisas muito, mas muito difíceis de se conseguir.
Parece-me então um daqueles empreendimentos duros como o caraças, típicos de serem abandonados à dura partida.
Mas, na verdade, acaba por não ser bem assim, e mais uma vez é a matemática que ocorre em nosso auxílio, explicando-nos a simples dinâmica da interacção sentimental, como se fossemos meras células seminais em busca de um propósito indómito.
O conjunto só se explica fechando a curva do axioma numa representação das relações emotivas combinadas.
Simplificando; sozinhos nada nos parece bem claro, ao passo que permitindo livremente a inclusão de outras pessoas, grupos ou espaços contingentes, acabamos melhor esclarecidos. (talvez tenha complicado ainda mais, não importa.)
É um caso de amor, e estes casos nunca se explicam devidamente.
Perante tudo isto concluo apenas uma coisa fundamental: se acaso acabar um dia surpreendido pela descoberta de como aqueles que me amam me classificam, devo-me recordar de lhes lembrar também, de tempos a tempos, do que eu próprio penso deles, para que todos, em certa medida, nos possamos sentir realizados mais vezes do que imaginaríamos.
Deste modo, espaços internos comuns a dois ou mais conjuntos intersectam-se sempre, e é assim, e apenas assim que o "sucesso" nos fará algum sentido.
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