Quando o dia começa o aqueduto está quieto e as águas do orvalho paradas. É
raro que alguma brisa venha bulir nas folhas dos pequenos ciprestes enfezados.
Armam-se, com vagar, as cadeirinhas da esplanada, cheias de esperança. Algum escasso pássaro
boceja lá no alto das pedras centenárias, onde as nuvens lentamente se encastelam. O trânsito passa
sem ruído, lento e mudo. Um cão pontual, sem trela, defeca na relva
húmida, enquanto a dona desperta, a boca escondida entre as mãos. Afasto-me da janela.
Recolho-me e recordo a hora quase clara em que os meus olhos se
espantam por ver o primeiro sorriso do dia.
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