Hoje escreveu-me uma amiga, que, sentindo a minha falta mais assídua, quis saber como eu estava; se morto, se triste, se tolo, enfim. Sorri apenas, como todos os seres que não andam por si mesmos, se tivesse sido um cinzeiro ou uma almofada decorativa a lerem a mensagem, seria igual. Sorri involuntário, só por saber que alguém ainda se importa. A seguir, veio-me tudo ao de cima, estraguei o gesto como habitualmente o faço, e, a não ser que venha a ler este pequeno texto, ela nunca o saberá verdadeiramente, pois decidi não lhe devolver qualquer resposta.
Bem, não me vou pôr aqui com mais choraminguices, só escrevo isto porque, no final do e-mail que me enviou, salientou, num post-scriptum exaltado (em letra maiúscula) que me deixasse de tretas e voltasse de uma vez ao Facebook, ao contacto dos amigos - assim me escreveu. Logo se despediu, prontamente e com um certo carinho.
Amigos? Fiquei a pensar nisto longamente.
Depois de quase dois meses de ausência, o que raio posso eu dizer no Facebook que não digo já aqui. Será uma questão de share de audiências? É bem capaz. Por isso de lá saí, sou demasiado acanhado para essas plateias sedentas.
Escrever seja o que for depois de uma longa ausência consegue ser embaraçoso, um
pouco como se o silêncio nos tivesse despido. Quando o tentamos vestir
discretamente com algumas palavras, parece que soa como uma roupa ruidosa, cheia de estática. Mesmo sendo sempre um mero lençol branco disfarçado de azul.
pois...
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