Avançar para o conteúdo principal

E o burro sou eu?

Pesam-me sempre mais as questões que são do foro daquilo que não compreendo, já desde pequenino que sou assim. Ele é a razão de ser do Facebook, a dominância mundial alemã, a coerência das tribos modernas ou os genocídios. Havia de ter vários graus de incompreensão interior, para não misturar águas pesadas com outros ares mais leves, todavia, cá por dentro, o rebuliço é igual.
Os mais chegados, dizem-me que isto é sinal de inteligência cognitiva, o meu pathos. Estou inclinado a concordar. Apesar de nunca procurar o pragmatismo concreto (nunca tive queda para os números) padeço desta insistente mobilidade interior de querer saber o que ainda não percebo, o que é novo. 
Outros, remetem-me uma explicação muito mais simples e mundana, do tipo: "és mas é um chato do caraças! cala-te." - O que também tem a sua ponta de verdade, pois inclui-se no mesmo absurdo da minha paixão ser assim. E também, porque a grande maioria das coisas que eu ainda não percebo, conquanto vasta e quase impossível de alcançar, acaba por se tornar diminuta, quando a premissa inicial é a insistência em tentar percebê-las. Como não avanço nem recuo em certas coisas, e sobretudo, como sou teimoso e não desisto, transformo-me realmente numa criatura maçadora, e chata como o caraças, porque acabo por não sair dos mesmos assuntos de sempre. logo, o que é novo e ainda incompreensível para mim, cedo se torna "velho" arrombando todo o conceito filosófico do pathos. Enquanto estiver assim encravado, com o peso daquilo que ainda não compreendo, não há nada que me pique o suficiente para andar em frente. Se calhar sou é burro.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci

António Ramos Rosa, in "O Grito Claro" (1958)

Três!

  Fui e sempre serei um ' geek '! - Cresci com o universo marvel nas revistas que lia em um quase arrebatamento do espírito em crescimento. O mesmo aconteceu-me com " Star Wars" , e com praticamente todos os bons  franchises que me animassem a vontade.  Quando este universo em particular, ( marvel ), surgiu finalmente em forma de cinema, exultei-me, obviamente. Mais ainda quando tudo se foi compondo em uma determinação de lhe incutir um percurso coordenado e sensato. Aquilo que ficou conhecido como MCU (Marvel Cinematic Universe). A interacção pareceu-me perfeita. Eles faziam os filmes e eu deliciava-me com os mesmos. Isto decorreu pelo que foi denominado por fases. As 4 primeiras atingiram-me os nervos certos e agarraram-me de tal maneira que mormente uma falha aqui ou ali, não me predispus a matar o amor que lhes tive. Foi uma espécie de idílio, até a DISNEY flectir os músculos financeiros que arrebanhou sabe-se lá como, e começar a comprar tudo o que faz um '