Não quero de todo que me levem a mal. Ou então, levem-me a mal totalmente! Estou por tudo. Pensei em ser bem comportado, pensei em ser feito da lisura de quem não desdenha nada e tudo abocanha, mas, depois pensei melhor. Eu não sou assim! Nunca o quis ser, pois, entendo este preceito estranho de viver, como uma montanha, Uma montanha que tem de ser escalada a custo real. Não existem apoios para alpinistas como eu, ninguém me vai dar subsídios de realidade. Foi então que pensei melhor. Foi aqui que pensei mais lúcido: eu não preciso! - Imaginei que, cada passo que dava, era movido pela frieza de um motivo ulterior, e senti um vómito cá dentro. Senti-me sujo e impuro. - Eu não preciso de ser igual aos demais, (e isto é que é difícil) eu não preciso de me vender. E, foi aqui, precisamente aqui, neste deslumbrante momento, de infinita tragédia tão bem entendida, que eu, eu tão bem me defini!
Tenho tanto para oferecer, sou grande naquilo que grande me imagino, na lenta grandeza que me imagino, e após sabe-lo, sabem o que foi que eu encontrei? Paz! Exacto. Assim é. Fiquei em harmonia absoluta com a minha intenção. E que se lixem os fazedores da fama e da fortuna. Eu não me vendo, e não serei jamais o brilho ofuscado da foto preenchida por mil estranhezas que pouco sentido fazem. - César lá teria a sua derradeira razão. O seu, a seu dono. Se cada dedo for constituído de vida, então cada dedo fará a sua mais perfeita função: escrever! E fa-lo-á bem, com mil raios! Pois foi para isso que foram feitos, e nada mais, ou assim eu os defino, pelo menos. Acreditar nisso, será um começo perfeito para um futuro feito de bem-aventuranças. Que se lixe o resto. Eu sou assim constituído, e tudo o resto não passará de uma ilusão momentânea. Venha o futuro e que o diga.
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