Não sei se ando com o ego demasiado insuflado, se furou de vez, ou se simplesmente me estou a afundar em ilusões. Por vezes apetece-me arrumar o processador de texto para um canto onde o pó o faça desaparecer da minha vista, fechar o cérebro e acabar com este suplício das artes. Alguém aqui comentou o seguinte: "A escrita está morta... é só para alguns e o público recusa-se acreditar nos novos valores. Por vezes porgunto-me: para quê escrever? Ou melhor, para quê publicar?" - E rais me partam se não está carregadinho de razão!
Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci...
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