O dia em que o Outono ficou quieto.
Perdi-te lá
ao longe no revolteio das folhas,
ali sentada
no banco de jardim,
inquieta pelo
chicote do vento,
parecias
mais fúria que mulher.
Procurei-te
mais tarde,
na certeza
de ter perdido uma parte de mim,
quando de
novo o manto castanho te cobriu,
e o vento te
levou da minúcia do meu ver.
Louco,
louco..
avancei temeroso,
na esperança
que o Outono ficasse quieto,
e me
mostrasse o sorriso que quis ter.
Louco,
louco..
senti a raiva do vento nervoso,
e um fio
solto do teu cabelo senti,
enredando-me
na saudade que vivi.
Louco,
louco..
Como se
fosse eu este vento,
levantado de
um chão que ruiu,
e te
enterrou num manto espesso de nervuras,
louco, como
se um gesto sem intento,
fosse mais
que uma vida inteira.
Quem dera
esquecer eu estas agruras,
e cair
quieto como no dia em que te vi.
Quem dera
não mais ser louco desta maneira,
E me
esquecer para sempre que te esqueci.
Casimiro Teixeira 2009
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