Acho incrível a rapidez da velocidade do tempo. Dez anos! Parece tanto, quando falamos de uma criança; quando o WTC desabou, a minha filha não tinha ainda nascido, e o meu rapagão ainda apreciava o humor cáustico (simples?) do contra-informação, com sorrisos de sincero divertimento pelo mero movimento daqueles bonecos estranhos. Para uma criança, dez anos representam um enorme salto de nascimento ou crescimento, para um adulto, nem por isso.
Não gosto de americanos, por inerência da sua postura no mundo. Gosto sim da sua cultura. Da literatura americana, da pintura e sobretudo do seu cinema, não sou original pronto! Gosto do cinema americano, mas não da América.
De modo que, o 11 de Setembro, foge-me à compreensão da solidariedade. Foge-me em grande parte, por dois motivos essenciais. Primeiro: com tantas desgraças e desavenças, tantas mortes por atentados sem sentido, porquê que o (suposto) atentado das torres gêmeas, haveria de ser mais importante do que aquele que ocorreu na Tchechénia ou no Paquistão? - Não sei. O ocidente é tão desunido quanto o resto do mundo, e no que me diz respeito, a diferença é a mesma: Nenhuma! - Segundo: Tenho três bons amigos que justamente neste dia, festejam o seu aniversário, e eu, eu prefiro apostar a eternidade do tempo na celebração daquilo que me justifica a existência neste mundo, a beleza da amizade, em vez de perder tempo com galanteios ocos sobre um evento sem sentido que ocorreu há dez anos atrás. Os americanos que repensem melhor o seu sistema de domínio do mundo, e relembrem porquê que os números oficiais apontam para 3000 mortos, grosso modo, quando havia ali um movimento de 100 mil pessoas por dia, fora as 50 mil que lá trabalhavam diariamente! - A América envergonha-se a si mesmo e a todos nós, ocidentais, com este evento catastrófico, e eu, eu não quero perder tempo a pensa-lo, tenho amigos que precisam de alegria e pouco mais há a dizer.
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