Apostolar é a tendência.
Pouco importa sobre o quê ou se, de facto existe uma emergência racional a escalar o raciocínio que lemos ou escutamos daquilo que lemos ou que nos dizem. A acção é inerte e reflecte apenas uma necessidade egocêntrica; a de conseguir 'hits', 'likes', 'seguidores' ou, de algum modo preservar a intenção desnorteada de cavalgadura do interlocutor que a expressa.
A plêidade de impropérios expostos nestes dislates, jamais rivalizaria com a ordem segura de uma própria noção de realidade. São pressupostos não atendidos. Hoje em dia, nem tampouco necessitam de o ser. A desrazão evoluiu tal, que as oportunidades apetitosas de auto-promoção simplificam-se pela variedade de plataformas sociais onde poderão ser veiculadas.
Assim que, qualquer hominídeo com dois terços de um cérebro funcional, poderá, se assim o decidir, regurgitar seja o que for, sobre quem for, sobre toda a salubridade da razão e da sua proporcional harmonia com um arrazoado rumo de ideias trocadas a soldo de uma boa discussão racional.
É desconcertante!
Contudo, hordas de razoáveis adentram a 'batalha' pela honra da razão, muito provavelmente incertos de que a sua participação, não a contraria de todo, só adiciona mais incoerência, ao que já, por si só, desconjuga a sua própria intenção ao adentrar este conflito. Pior: evidencia-os, quase que os justifica, e ademais os põe par-a-par com a razão única.
É como uma horda imbatível, a desses rochedos desprovidos. É como um tsunami de estupidez que parede alguma feita de raciocínio consegue deter. Avança e avança até chegar ao núcleo da razão humana e aí a afoga sem misericórdia.
Vencer tornou-se impossível. Tornar razoável, muito improvável. Os novos apóstolos da auto-deferência são demasiados. A humanidade, fugiu da qualidade de pensar e refugiou-se no reduto da auto-promoção desvairada. Já não há filósofos, pensadores, ideólogos, valentes...só egos. Só uma caterva de egocêntricos que visa existir pela mera possibilidade de assim poderem.
Tenho medo. Tenho tanto medo do meu futuro!
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