A vontade de estar tudo bem com todos,
carrega uma lâmina no bolso de trás,
entende os tolos sorridentes e só mata aqueles que ignora.
E a solidão que está tão mal comigo, tão mal comigo...
preciso da chuva para acabar com esta má sorte,
que me acaba mais por si só, que a promessa de boa vida,
o faz, com melhores modos.
Estas palavras vão aquele que essa morte me traz,
sei o que faz, o que diz, come, sei até onde mora.
Traz fungos no fígado, e do sol é inimigo,
precisa da chuva para se fingir de forte,
da tristeza sem fim, para se enfiar nesta luta aguerrida.
Enverga uma lâmina de fazer inveja aos Ostrogodos,
e três medidas extremas no coração, todas exactas e más.
Uma fugiu-lhe do sangue, saiu e foi-se embora,
foi vista a percorrer as ruas de Vigo.
Outra, manteve-se colada à mão, a servir-lhe de passaporte,
amiúde viajava-lhe a vontade, assim mesmo, consentida,
...em paz!
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