Julguei nunca me faltar tempo para me adoçar a amargura. Para ser bom marido, pai, avô, amigo, filho e irmão. Julguei nunca me faltar tempo para ser uma boa pessoa. Alguém que não espirrasse desdém, mirra e um ouro azedo pelos olhos. Houve alturas para arranjar respostas a perguntas impossíveis que nunca cheguei a dar, mas pensei que sim: que tenho tempo, vou sempre a tempo, nunca me faltará esse tempo.
Fui tolo e consumi-me!
Não, não tenho tempo nenhum. Ninguém já tem tempo para nada.
O mundo é rápido. Tão rápido que nos rouba a noção do tempo que julgamos ter para as coisas. Para coisas, quanto mais para as pessoas, quanto mais para as pessoas que nos importam, sem esquecer, sem mágoa para substituir a dor pelo Amor, o azedume pela gratidão e o medo pela coragem de viver acima do tempo que nos falta, sobre o tempo que nos resta.
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