Nada, destes tempos irremediavelmente fúteis e perigosos, jamais nos prepara para o desinflar inexorável do nosso ego grotesco. Muito menos as redes sociais! Deus nos livre!
Fomos nos condicionando para uma visão exarcerbada de nós próprios e aceitámo-la incondicionalmente, como se se tratasse de realidade pura e crua.
Inchámo-nos todos os dias por nulidades e, sem que percebamos acabamos em Tik-tok's que nem sabemos o que são. Somos 'memes' adulterados, apenas uma visão surrealista de nós próprios. Uma espécie de movimento digital de alguém, que pode, ou não, ter algo de significativo para dizer, mas, que nem interessa, pois o interesse só se condiciona pela multidão de quem nos ouve e vê, logo, não somos verdadeiramente.
Estamos a ser, não como podemos, mas como tentamos que outros nos percebam, e isso nunca é real. É uma construção. Assim que acabamos por perceber que, nesse contexto, não estamos a ser grande coisa. Seguimos como sonâmbulos rumo ao desastre. Porque infelizmente, somos o cotão no umbigo de nós próprios. É como todo este texto, um bafo insuspeito atirado ao vento avassalador. Não pega, não influi, não sobressalta, não tem a substância real de um pensamento de alguém que é seguido, lido, assumido, não tem peso, pois não têm força na verga do ego. É, somente, mais um estacionamento sem grande perícia. E, não é o que todos somos? Estacionamentos vazios, à espera?
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