Meditava para algum lado, sustenido entre os novos dentes, por fim ancorados, a odiosa barba crespa e a praça viciada pelo seu olhar do costume. Lá fora, só via pessoas metidas para dentro dos seus pensamentos, como se se atrevessem a ignorá-lo deliberadamente.
A ele! Sim, a ele, um futuro de glória possível, sendo preterido daquela maneira, como se de um passado ultrapassado se tratasse. - Não podia ser! - Certos estômagos metidos nas suas próprias infâmias não nasceram para isto.
A ele! Sim, a ele, um futuro de glória possível, sendo preterido daquela maneira, como se de um passado ultrapassado se tratasse. - Não podia ser! - Certos estômagos metidos nas suas próprias infâmias não nasceram para isto.
O Mundo empurrado ao seu próprio rumo, e as suas pessoas só metidas em si, como se ele não estivesse crivado ali à janela? - Um novo-Cristo ignóbil, habilmente devastado pelas fomes consumidas em si mesmas. Quem se terá lembrado disto?
A lata de certos estranhos!
Todas a viverem sem a devida necessidade subalterna, cada qual e cada coisa como epicentro de tudo só deles, que nojo! Os olhos implodiam-se-lhe, a garganta entupia-se com um vómito venoso imparável. A mera ideia deste desprezo desconhecido dos outros, enojava-lhe a existência.
O atrevimento a que assistia rasgava-lhe cada justificação para aquilo. E nenhum sucedâneo da sua própria realidade serviria de forma que legitimasse a sua fuga, desde o nascimento até à morte. - Mentira-lhes a todos. Ainda saía fumo da sua janela, mas ninguém parecia importar-se com nada. - Malditos!
O vasto elenco daquele dicionário desnudo que assistia não formava qualquer palavra que o constituísse. Era um pária finalmente, e muito trabalhara para tal. Então, e agora?
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