Nada é tão ilimitado quanto o mar, nada tão paciente.
Em suas largas costas, como um elefante vagabundo, carrega,
minúsculos anões d'areia que trilham um mundo intermitente,
e tem sempre lugar para todas as lamentações.
Se me perder p'ra sempre, que seja nesse lugar de conforto,
onde a água e a espuma, tudo guardam, em secreto jazigo.
Não há outra vala comum que encerre tanto morto,
Não há outra vala comum que encerre tanto morto,
ansioso por se recolher, ao lugar salgado desse abrigo.
O mar é um imenso contentor, esse prodigioso armário,
a abarrotar, de cartas, memoriais,
bilhetinhos de amor, pedidos de ajuda e todo um breviário,
de alegrias e desditas, que para sempre ficarão confidenciais.
a abarrotar, de cartas, memoriais,
bilhetinhos de amor, pedidos de ajuda e todo um breviário,
de alegrias e desditas, que para sempre ficarão confidenciais.
Acostumou-se
apenas ao som das músicas, à forma das palavras,
às lágrimas...ás lágrimas.
Aos pássaros sonolentos, e ao retinir de escamas e de dentes,às lágrimas...ás lágrimas.
e por fim, também aos homens, que, apoiados nessas pilastras de sal
aspiram um dia à glória de serem gigantes.
Casimiro Teixeira
1988
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