A morte é a melhor saída, quando não há futuro nem fé nem salvação; quando a vida, a nossa vida, se tornou —desde o útero— uma amálgama de utopias, de sonhos e imagens sem corpo; de montanhas que inventamos e escalamos. Sós, tão sós como a companhia que a nós se junta.
Não choro mais os mortos, invejo-os, se a morte os veio buscar devagarinho; se os abraçou suave, docemente, como que libertando-os do terrível pecado de estarem vivos nestes tempos de agora; como que tirando-lhes todas as dúvidas, neste flagelo de falta de certezas, só os posso invejar.
Morre-se devagar às mãos de inimigos que nunca vemos, que se escondem nos rostos que conhecemos, mas que não nos enfrentam, sorriem apenas, sob máscaras de desculpas.
Diz-se que qualquer um pode fazer um poema, mas não pode.
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